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Trump se recusa a dizer se EUA vão atacar o Irã, mas diz ser “tarde para conversar”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não respondeu nesta quarta-feira a questionamentos de jornalistas sobre possíveis planos de ataque ao Irã ou suas instalações nucleares. Ele mencionou que os iranianos tentaram estabelecer contato, mas acredita que é “muito tarde para dialogar”.

“Há uma grande diferença entre agora e uma semana atrás”, declarou Trump aos repórteres em frente à Casa Branca. “Ninguém sabe o que eu pretendo fazer.”

Trump afirmou que o Irã havia manifestado interesse em realizar conversas na Casa Branca, mas não deu mais detalhes e caracterizou o país como completamente vulnerável, sem defesa aérea.

Ele abandonou a ideia de uma resolução diplomática rápida para o conflito e começou a insinuar que os Estados Unidos poderiam se envolver diretamente. Em postagens nas redes sociais na terça-feira, ele falou sobre a possibilidade de eliminar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e depois exigiu “RENDIÇÃO INCONDICIONAL!” do Irã.

Uma fonte com conhecimento das discussões internas revelou que Trump e sua equipe estavam analisando opções que incluíam a colaboração com Israel em ataques a instalações nucleares iranianas.

Milhares fogem de Teerã

O líder supremo do Irã negou o pedido de rendição incondicional feito pelo presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira, enquanto muitos iranianos tentavam deixar Teerã devido ao aumento dos ataques aéreos israelenses.

Em uma declaração gravada e exibida na televisão, Khamenei, de 86 anos, afirmou que os americanos “devem entender que qualquer ação militar dos EUA resultará em consequências irreparáveis”.

“Aqueles que realmente compreendem a história e a cultura do Irã não se dirigirão a essa nação com ameaças, pois o povo iraniano não se submeterá”, declarou ele.

As Forças Armadas de Israel relataram que 50 aviões de combate atacaram cerca de 20 locais em Teerã durante a madrugada, focando em instalações de produção de materiais e componentes para mísseis. As autoridades militares orientaram os cidadãos iranianos a evacuarem áreas da capital por razões de segurança enquanto os ataques eram realizados.

O tráfego nas estradas que levam para fora da cidade, que abriga 10 milhões de habitantes, ficou intenso. Arezou, uma mulher de 31 anos, comentou à Reuters que conseguiu chegar à cidade turística de Lavasan, nas proximidades.

“Vamos permanecer aqui enquanto a guerra durar. A casa da minha amiga em Teerã foi bombardeada e seu irmão ficou ferido. Eles são civis”, lamentou. “Por que devemos arcar com as consequências das decisões do regime em relação ao programa nuclear?”

Em Israel, sirenes soaram para alertar sobre os ataques com mísseis vindos do Irã. Na estação de trem em Ramat Gan, perto de Tel Aviv, pessoas estavam deitadas em colchões fornecidos pela prefeitura, junto a algumas cadeiras de acampamento e garrafas plásticas.

“Estou apavorada e exausta. Especialmente porque vivo em uma área densa, que parece ser alvo do Irã, e nossa cidade possui muitos edifícios antigos, sem abrigos adequados”, relatou Tamar Weiss, segurando sua filha de quatro meses.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu que o mundo está “perto de uma catástrofe” devido aos ataques frequentes às instalações nucleares iranianas. O chanceler alemão pediu aos líderes do Irã garantias claras de que não estão buscando armas nucleares e expressou a necessidade de buscar uma solução pacífica.

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