Primeiramente a inovação e criatividade são elementos essenciais para o sucesso de uma empresa. Para garantir que todos os membros da equipe possam liberar seu potencial criativo e contribuir para o crescimento do negócio, é necessário explorar diversas estratégias de geração de ideias, incluindo boas práticas de brainwriting.
Similar ao brainstorming, o brainwriting acrescenta uma dimensão adicional à “tempestade de ideias”: a escrita – o que pode ser o estímulo necessário para permitir que os pensamentos fluam, superando obstáculos como a timidez ou a falta de habilidades oratórias.
Encontrar um método democrático e motivador para compartilhar soluções é crucial, especialmente em um mercado que valoriza as habilidades criativas.
De acordo com a pesquisa “Future of Jobs” do Fórum Econômico Mundial, 73% das organizações consideram essas habilidades como de importância máxima ao discutir o futuro da empresa.
Se você é um líder, gestor ou profissional de inovação que busca maximizar os resultados dos processos de criação coletiva na empresa, continue lendo. Apresentaremos 4 técnicas de brainwriting para experimentar e aprimorar seus métodos de geração de ideias.
Brainstorming x brainwriting: entenda a diferença
Brainstorming e brainwriting são técnicas de geração de ideias em grupo. Ambas visam coletar contribuições para resolver problemas, que podem variar desde questões estratégicas até a definição de metas de curto prazo ou diretrizes para o início de projetos.
Em resumo ambas as abordagens, a premissa é permitir que as mentes se expressem livremente, sem restrições iniciais, compartilhando os insights com a equipe. No entanto, a principal diferença entre brainstorming e brainwriting está no modo como as ideias são compartilhadas.
Enquanto no brainstorming as ideias são compartilhadas verbalmente, muitas vezes simultaneamente e em um tom alto que pode sobrepor as contribuições dos demais, no brainwriting as ideias são escritas em papel.
É importante destacar que essa aparentemente pequena mudança pode ter um impacto significativo no processo. Para ilustrar, a Harvard Business Review revela que em reuniões com 6 pessoas, 2 delas dominam 60% do tempo de fala. Agora, imagine essa estatística em uma sessão de brainstorming com muitos participantes?
Para contornar essa possibilidade, existem diferentes maneiras de implementar uma sessão de brainwriting. A seguir, apresentamos como aplicar 4 dessas técnicas.
4 técnicas de Brainwriting para experimentar
Compilamos algumas lições essenciais para aplicar as principais técnicas de brainwriting e descobrir qual delas se adequa melhor à realidade da sua empresa.
1- Brainwriting 6-3-5
Uma das técnicas mais populares é o método conhecido como 6-3-5, criado pelo professor alemão Bernd Rohrbach. O objetivo é gerar 108 ideias em 30 minutos, priorizando a quantidade sobre a qualidade das iniciativas compartilhadas (e isso é perfeitamente aceitável).
O procedimento para executar esse método é o seguinte:
- A dinâmica inicia com 6 participantes e um moderador;
- Após o moderador apresentar o tema em forma de pergunta ou solicitação, os participantes têm 5 minutos para registrar em papel ou cartão 3 ideias que abordem a demanda;
- Os papéis com as ideias são passados para os próximos participantes ao longo de 6 rodadas, permitindo que todos leiam e contribuam com insights dos demais, gerando 3 novas ideias a cada vez que um novo papel é recebido;
- Ao término das 6 rodadas, após 30 minutos de dinâmica, a soma de ideias nos papéis deve atingir 108 (com 18 possibilidades em cada folha de anotações);
- Com base nas ideias geradas, o grupo procede com a categorização por temas similares e o refinamento das ideias que se destacaram.
2. Método de cartões postais (ou pin-cards)
O segundo método de brainwriting é conhecido como “pin-card” ou cartão postal. Sua abordagem é a seguinte:
- O grupo se reúne com o mediador, que introduz o problema ou a questão inicial;
- Cada membro do grupo recebe um post-it ou cartão postal em branco;
- Todos devem escrever no cartão uma ideia ou observação que contribua para abordar a questão inicial;
- Após escrever, o participante passa o seu cartão para a pessoa seguinte (à sua direita, em reuniões presenciais, ou para alguém designado previamente, em reuniões virtuais);
- Quem recebe o cartão tem três opções de interação com a ideia: usá-la como ponto de partida para propor uma nova solução, modificar a ideia em algum aspecto, ou simplesmente passar o cartão adiante;
- Após a rodada, o grupo deve reservar um período (de 10 a 15 minutos) para coletar os cartões, agrupá-los por afinidade e, em seguida, avaliá-los.
3. Brainwriting pool
O terceiro método também emprega post-its ou cartões para registrar as ideias. Veja como colocá-lo em prática:
- O moderador apresenta o tema ou pergunta central ao grupo, delimitando o escopo do trabalho;
- Cada membro pega um post-it e escreve uma ideia para resolver ou abordar o tema (se houver mais ideias, é possível pegar novos post-its, sem limites);
- Em seguida, todos colocam seus post-its no centro de uma mesa (ou board, se a dinâmica for virtual);
- Os participantes do brainwriting ou os moderadores selecionam ideias na “piscina” de possibilidades e podem trabalhá-las, modificá-las ou refiná-las conforme necessário.
4. Slip method
Criado na década de 1920 pelo professor C.C. Crawford, na Califórnia, o método envolve:
- Definir o tema central ou problema que orientará o brainwriting;
- Entregar tiras de papel ou post-its para os participantes (recomenda-se um mínimo de 5 papéis por pessoa, com a orientação de que cada um contenha uma ideia);
- Depois do tempo determinado para escrever, os papéis são recolhidos, agrupados em categorias relacionadas e as ideias sugeridas são trabalhadas coletivamente verbalmente ou por meio de análises relatadas e feedbacks compartilhados.
Como escolher a técnica certa para a sua equipe?
Entender diversas técnicas de brainwriting é um ótimo ponto de partida para dinamizar a colaboração criativa da sua equipe. Mas, afinal, como escolher a técnica certa?
Existem duas abordagens.
A primeira é experimentar diferentes métodos e avaliar como a equipe reage a cada um. As peculiaridades de cada opção podem influenciar a dinâmica de maneiras distintas, dependendo da receptividade dos participantes.
Por exemplo, o Método Slip, embora baseado principalmente na escrita, envolve uma etapa de análise das ideias que pode ser verbal, o que pode causar desconforto e desequilíbrio na dinâmica quando as equipes são compostas por pessoas com perfis muito diferentes.
A segunda possibilidade é avaliar antecipadamente o nível de complexidade do desafio a ser superado. Qual é a sua complexidade? Para determinar a melhor abordagem, pode ser útil considerar a quantidade de insights – optando por um método como o 6-3-5 – ou a qualidade das contribuições trabalhadas – utilizando, por exemplo, o método de cartões postais?
Além disso, levar em conta as características comportamentais da equipe é crucial para escolher antecipadamente um método com maior probabilidade de sucesso.
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