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O detalhe da inflação de abril que pode tirar o sono de Galípolo e levar o Copom a esticar ainda mais a corda dos juros

A inflação, conforme o IPCA, apresentou uma desaceleração de 0,56% para 0,43% entre março e abril de 2025, um resultado que ficou quase em consonância com a mediana das previsões dos analistas.

Os dados sobre a inflação oficial de abril mostraram-se alinhados com a mediana das previsões dos analistas.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma desaceleração, passando de 0,56% em março para 0,43% em abril.

No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses até abril, houve uma leve aceleração, subindo de 5,48% para 5,53%.

Essas informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A mediana das projeções dos analistas consultados pelo Broadcast apontava para uma inflação mensal de 0,42% e um aumento de 5,52% em 12 meses.

A maioria dos especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro acredita que esse resultado, que está em linha com as estimativas, não é suficiente para que o Banco Central (BC) prossiga com o aumento das taxas de juros.

Contudo, existe um aspecto do IPCA de abril que pode preocupar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e impulsionar a taxa Selic além dos atuais 14,75% ao ano.

Os tais núcleos da inflação

A média dos núcleos de inflação apresentou um resultado significativamente superior ao esperado.

Segundo Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, a média dos núcleos em abril atingiu +0,50%, enquanto a expectativa era de 0,43%.

“Esse aumento e o desvio em relação à previsão são atribuídos tanto aos dados mais robustos dos bens industriais quanto aos serviços subjacentes”, explicou Barbosa.

Ele destaca uma elevação mais ampla nos preços dos serviços subjacentes entre os itens que compõem o IPCA.

Com isso, a perspectiva do economista da AZ Quest é que a inflação acumulada em 12 meses comece a desacelerar de forma mais consistente somente a partir de setembro.

Alguma coisa está fora da meta (de inflação)

É relevante mencionar que o IPCA começou 2025 com índices superiores a 4,50%, que é o limite da meta de inflação definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano.

Ademais, é importante destacar que o IBGE não publica dados consolidados dos núcleos de inflação, que excluem itens voláteis como os preços de energia e alimentos.

“Os resultados do IPCA divulgados hoje, junto com os dados mais robustos da atividade econômica nos últimos dias, reforçam nossa expectativa de uma Selic terminal de 15,00%”, comentou Barbosa.

Para a AZ Quest, essa taxa de juros deve ser alcançada na próxima reunião do Copom, prevista para a segunda quinzena de junho.

Contudo, isso não indica que a Selic começará a diminuir em breve.

“Os dados de inflação evidenciam que a política monetária precisará se manter em níveis suficientemente restritivos por um tempo prolongado, até que se perceba uma recuperação do processo de convergência da inflação em direção à meta”, disse Valério.

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