As ações estão entre as que mais caíram no Ibovespa nesta quarta-feira (14); descubra qual a melhor estratégia para lidar com elas agora.
Apesar de apresentar um balanço positivo e um lucro líquido superior às expectativas, a JBS (JBSS3) está entre as ações que mais caíram na bolsa brasileira nesta quarta-feira (14).
Por volta das 13h05, os papéis da empresa registravam uma queda de 5,88%, cotados a R$ 38,46. No acumulado do ano, as ações da JBS ainda apresentam uma valorização de 10,7%.
Mesmo com o desempenho negativo de hoje, o consenso entre BTG Pactual, Santander e Goldman Sachs é claro: este é o momento ideal para investir em JBSS3.
Os analistas ressaltam o desempenho robusto apresentado pela empresa no primeiro trimestre de 2025 (1T25), que foi divulgado nesta terça-feira (13), mas decidiram manter inalterado o preço-alvo para as ações do frigorífico.
O que fazer com as ações da JBS?
O BTG Pactual avalia que a JBS teve um trimestre sólido, alinhado em grande parte com as expectativas do banco, embora ainda exista cautela em relação ao cenário que a empresa enfrenta neste ano.
“Não temos uma confiança plena de que o ciclo de lucros superiores ao esperado e as revisões para cima — que impulsionaram as ações da JBS no ano passado — se repetirão em 2025”, afirmam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.
- Veja também: Petrobras (PETR4) atualiza primeira parcela de dividendos bilionários; confira quem tem direito a receber a bolada
“Com isso, o investimento na JBS deixou de ser uma estratégia focada no momento dos lucros e passou a se basear no potencial real de reprecificação dos múltiplos de negociação”, complementam os analistas.
O BTG Pactual estabeleceu o preço-alvo para as ações da JBSS3 em R$ 48 até dezembro.
Por outro lado, os analistas do Santander destacam a Seara como o principal ponto positivo nos resultados do primeiro trimestre de 2025, superando as expectativas e compensando a performance insatisfatória da divisão de carne bovina nos EUA, onde as margens ficaram quase 2% negativas devido à redução na oferta de gado na região.
“Reiteramos a JBS como nossa principal recomendação no setor, apoiada em margens globais estáveis para frango e no potencial de geração de valor com o IPO nos EUA”, afirmam os analistas Laura Hirata e Guilherme Palhares.
Assim, o Santander projeta um preço-alvo de R$ 58 para dezembro.
Por fim, de acordo com o Goldman Sachs, o primeiro trimestre apresentou resultados sólidos, com Pilgrim’s e Seara alcançando seus melhores níveis de rentabilidade para esse período.
O banco americano observa que, embora esse desempenho possa levar a revisões modestas para cima em relação ao consenso do mercado, a movimentação das ações no curto prazo pode ser parcialmente limitada pela proposta de uma dupla listagem no Brasil e nos EUA.
“Mantemos nossa recomendação de compra para as ações da JBS, fundamentada na combinação de crescimento resiliente, opções de alocação de capital que podem gerar valor e uma valorização atrativa”, destaca o relatório assinado por Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann.
O preço-alvo do Goldman Sachs para JBSS3 é fixado em R$ 54,20.
JBS vê lucro crescer 77,6% no 1T25
A JBS reportou um lucro líquido de R$ 2,923 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 77,6% em relação ao mesmo período do ano anterior (1T24).
Em termos anuais, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do frigorífico cresceu 38,9%, subindo de R$ 6,428 bilhões para R$ 8,929 bilhões.
A receita líquida também apresentou um aumento de 28%, passando de R$ 89,147 bilhões para R$ 114 bilhões nesse mesmo intervalo.
A empresa ressaltou que, no primeiro trimestre do ano — uma fase que normalmente exige maior consumo de caixa — a alavancagem da JBS foi de 1,99 vez em dólar, bem abaixo das 3,66 vezes registradas no mesmo período do ano passado.
Além disso, o frigorífico planeja pagar um total de R$ 2,2 bilhões (equivalente a R$ 1 por ação) caso a proposta de dupla listagem receba a aprovação dos acionistas minoritários na assembleia extraordinária.