O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre de 2025 alcançou R$ 3 trilhões, conforme informações divulgadas hoje pelo IBGE.
O agronegócio superou a queda registrada no ano passado e voltou a ser o destaque do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025.
Conforme dados revisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro passou de um crescimento de +0,1% no quarto trimestre de 2024 para +1,4% nos primeiros três meses deste ano, totalizando R$ 3 trilhões.
Enquanto o setor de serviços apresentou uma leve expansão de +0,3% e a indústria teve uma pequena retração de -0,1%, o grande destaque foi o crescimento de 12,2% do PIB agropecuário no primeiro trimestre.
Do lado da demanda, o consumo governamental permaneceu praticamente inalterado (+0,1%), enquanto o consumo das famílias recuperou-se da queda do quarto trimestre e subiu 1,0%.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento do PIB desacelerou, passando de +3,6% no último trimestre de 2024 para +2,9% nos primeiros três meses de 2025.
O PIB do agro brilhou…
O setor agropecuário também se destacou nessa comparação, registrando um crescimento de 10,2% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
“O dado reforça as previsões para esta safra de grãos, que já eram esperadas desde o ano passado, com perspectivas muito otimistas em relação ao clima, ao plantio e à produtividade”, destaca Yihao Lin, gerente de análises econômicas da Genial Investimentos.
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… mas não brilhou sozinho
Apesar da liderança do agronegócio, os bons resultados do PIB não se limitam a esse setor, afirma Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
A indústria apresentou um crescimento de 2,4%, enquanto o setor de serviços teve uma expansão de 2,1% em relação aos primeiros três meses do ano passado.
Além disso, a taxa de investimentos subiu de 16,7% para 17,8% na comparação anual. A taxa de poupança também aumentou, passando de 15,5% para 16,7% no mesmo período.
Embora os números totais do PIB tenham ficado ligeiramente abaixo das expectativas medianas (que eram de +1,5% trimestralmente e +3,2% anualmente), a economista ressalta que o desempenho do primeiro trimestre não deve ser considerado fraco.
“O consumo recuperou completamente a queda do quarto trimestre. Os investimentos estão em uma situação melhor. As importações mais robustas também indicam que não se trata de um PIB fraco”, comenta Natalie Victal.
Como vai ficar o PIB daqui para a frente
De qualquer forma, a previsão é que o PIB anual continue a desacelerar gradualmente, encerrando o ano em torno de 2%. Essa projeção é feita por Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter.
“O setor agropecuário ainda deve ter um papel positivo no segundo trimestre, mas a tendência de desaceleração na demanda, tanto em investimentos quanto no consumo das famílias, deve persistir”, afirma ela.
Entretanto, a economista descarta a possibilidade de uma recessão no futuro próximo.
Enquanto isso, no Banco Central
A desaceleração da atividade econômica em relação ao ano passado não é uma surpresa.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) implementou um rigoroso aperto monetário a partir do segundo semestre de 2024.
Em maio, a taxa Selic alcançou 14,75% ao ano. Com o intuito de controlar a inflação, a autoridade monetária utiliza os juros elevados como uma maneira de esfriar a atividade econômica.
Com os resultados do PIB do primeiro trimestre, os analistas consultados pelo Seu Dinheiro acreditam que o ciclo de aumento da Selic será interrompido já em junho.
IBGE revisa dados trimestrais do PIB
O IBGE revisou os dados do PIB referentes aos segundos, terceiros e quartos trimestres de 2024.
As revisões para os PIBs dos segundo e terceiro trimestres foram positivas, passando de +0,7% para +0,8% no 2T24 e de +1,3% para +1,5% no 3T24.
Em contrapartida, o resultado do quarto trimestre foi ajustado de +0,2% para +0,1%.
Todas as revisões foram feitas com base trimestral.
Com isso, o IBGE manteve a projeção de crescimento do PIB total para 2024 em +3,4%.