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Ações da Azzas 2154 (AZZA3) têm a maior arrancada de sua breve história na bolsa depois do balanço do 1T25. Hora de comprar?

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De acordo com o Itaú BBA, os resultados do primeiro trimestre sinalizam um ponto de virada para a empresa, que enfrentava desconfiança por parte do mercado.

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) estão liderando os ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira, por volta das 12h, com uma alta de 18,40%. Esse é o maior avanço diário desde a estreia dos papéis na B3, em agosto de 2024, após a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma.

Esse crescimento ocorre após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, considerados positivos pelo Itaú BBA. Segundo o banco, a atenção estava voltada para as margens — e elas se mostraram favoráveis.

A confiança dos investidores havia sido abalada após o quarto trimestre de 2024 ter trazido frustrações com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) abaixo do esperado, além de incertezas sobre novas despesas e dúvidas quanto à duração dos descontos em marcas como Reserva.

As ações chegaram a cair mais de 12% na bolsa no pregão seguinte à divulgação dos resultados do 4T24, refletindo essa preocupação.

No entanto, segundo a análise do Itaú BBA, os resultados recentes indicam um possível ponto de virada para a empresa, devido à combinação de uma receita robusta e uma tendência de forte rentabilidade que foram observadas nas demonstrações financeiras.

OS destaques do balanço da Azzas 2154

O lucro líquido atingiu R$ 86 milhões, superando em 44% as previsões, impulsionado por uma significativa expansão da margem Ebitda, que ficou 1,7 ponto percentual acima do esperado.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrou um crescimento de 28% em comparação ao 1T24, alcançando R$ 359 milhões, com a margem se expandindo em 150 pontos-base, sendo 170 pontos acima da estimativa do Itaú BBA.

Essa linha do balanço foi impulsionada pela alavancagem operacional, permitindo que a empresa aumentasse suas receitas sem um correspondente aumento nos custos fixos, o que resulta em maior rentabilidade.

O crescimento foi liderado pelas vendas de roupas femininas, que tiveram um aumento de 27% em relação ao ano anterior, e pelo segmento de roupas acessíveis — vestuário básico e democrático — que cresceu 14% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A Hering também apresentou um desempenho positivo, com uma alta de 14,4% no intervalo de janeiro a março de 2024, destacando-se o crescimento no sell-out, que subiu 32,8%. Isso indica uma boa aceitação dos produtos e um giro rápido nas mãos dos consumidores.

O segmento de roupas masculinas também se destacou, com um crescimento de 13,1% na comparação anual — ou 12,6% desconsiderando marcas descontinuadas.

Esses resultados compensaram o desempenho mais fraco da divisão de calçados e acessórios, que teve um aumento de apenas 3% em relação ao mesmo período de 2024.

A margem bruta registrou uma elevação de 30 pontos-base na comparação anual, alcançando 54,8%, beneficiada por um mix de canais mais saudável e pela maior proporção das vendas diretas ao consumidor, além da diluição de custos.

Por outro lado, segundo o Itaú BBA, o fluxo de caixa foi o ponto negativo do trimestre, apresentando uma queima de R$ 264 milhões. Isso ocorreu principalmente devido a um aumento de 6% nos estoques em relação ao ano anterior, resultando em um consumo de R$ 238 milhões.

Consequentemente, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda subiu para 1,3x, representando um aumento de 0,2x em relação ao trimestre anterior.

Hora de comprar as ações?

“O principal desafio da Azzas 2154 era alinhar as expectativas de curto prazo — atualmente, há uma grande variação nas projeções dos investidores para o lucro de 2025, que oscila entre R$ 550 milhões e R$ 750 milhões. Este trimestre contribui para diminuir essa incerteza”, afirmaram os analistas do banco em um relatório.

O banco acredita que a combinação de margens mais favoráveis e a expectativa de uma continuidade na melhora da rentabilidade após os ajustes realizados em abril criará um cenário positivo.

Em termos comparativos, as ações da Azzas 2154 estão sendo negociadas a um múltiplo de 9 vezes o lucro projetado para 2025, um valor significativamente inferior ao de concorrentes mais líquidos do setor, como Lojas Renner (cerca de 11,5 vezes), C&A (10,5 vezes), Natura (12,5 vezes na operação latino-americana) e Assaí (15 vezes).

Por essa razão, o Itaú BBA recomenda a compra das ações. O Santander segue a mesma linha, destacando o balanço positivo e reiterando a recomendação de compra.

Para o BTG Pactual, fusões no setor de varejo são desafiadoras — especialmente quando envolvem grandes players. No entanto, os analistas também destacaram os números positivos da empresa no 1T25 e os esforços para otimizar custos durante o processo de integração.

O banco vê uma boa oportunidade de entrada para os papéis, que estão sendo negociados a um atrativo P/L de 6x para 2026, tornando-se um ponto interessante para os investidores.

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