As ações do setor elétrico enfrentam uma queda nesta quarta-feira (11) após a aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da diminuição dos valores pagos às transmissoras de energia referentes à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE).
Essa decisão, que implica a retirada de aproximadamente R$ 5,6 bilhões em indenizações até 2028, provocou uma reação negativa significativa nas ações das empresas do setor. A Equatorial (EQTL3) foi a mais afetada, apresentando uma queda de 1,26%, cotada a R$ 35,95.
Essa medida, que afeta diretamente os fluxos de caixa das empresas, foi interpretada pelo mercado como um obstáculo para a rentabilidade futura das transmissoras.
Confira as maiores quedas entre as elétricas:
- Equatorial (EQTL3): -1,26%
- Auren (AURE3): -0,90%
- Eletrobras (ELET3): -0,65%
- Energisa (ENGI11) : -1,01%
- Copel (CPLE6): -1,21%
- ISA Cteep (ISAE4): -0,56%
- Cemig (CMIG4): -0,58%
- Taesa (TAEE11): -0,53%
- CPFL Energia (CPFE3): -0,32%
- Engie Brasil (ENGI3): +0,00%
O que está por trás da decisão
Durante uma reunião pública, a Aneel decidiu implementar parcialmente a metodologia proposta na Nota Técnica 85/2023, estabelecendo um novo cronograma para os pagamentos da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) com parcelas fixas entre julho de 2025 e julho de 2028. A resolução adotou o que é conhecido como “cenário 1”, que prevê uma redução tarifária inicial significativa, seguida de pagamentos regulares nos anos subsequentes.
Essa nova abordagem resulta em uma diminuição de R$ 5,6 bilhões no total que será pago às transmissoras. Desses valores, R$ 4 bilhões impactam diretamente a Eletrobras e suas subsidiárias (Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul), enquanto R$ 1 bilhão afeta a ISA Energia. Outras empresas como Copel e Cemig também sentirão os efeitos, embora em menor intensidade.
Como o mercado avaliou
Segundo a Ativa Investimentos, a decisão da Aneel traz um impacto desfavorável nos fluxos de caixa das empresas, principalmente para ISA Energia e Eletrobras. No entanto, também representa um avanço na resolução de um risco regulatório que persiste desde a implementação da MP 579, em 2012.
Os analistas consideram a abordagem da Aneel como equilibrada, o que contribui para uma maior previsibilidade no setor regulatório. Em seu relatório, eles mencionaram que os efeitos sobre as avaliações das empresas são mínimos e mantêm uma visão “construtiva” em relação a Eletrobras e Copel, que estão sob sua análise.
A XP Investimentos, por sua vez, avaliou o resultado do acordo de maneira mais otimista. A corretora ressaltou que o desfecho superou as expectativas anteriores, que previam uma redução mais acentuada nos valores, além de eliminar um risco adicional de desvalorização.
Segundo a XP, essa decisão pode resultar em um aumento de 4% no valor justo da ISA Energia e de 2% para a Eletrobras. Embora Cemig e Copel também tenham sido mencionadas como afetadas, seu impacto nos modelos da corretora é considerado menos significativo.