Um entendimento comercial entre os Estados Unidos e a China foi considerado “finalizado”, conforme anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, nesta quarta-feira (11). Essa declaração veio horas após os negociadores de Washington e Pequim chegarem a um consenso sobre uma estrutura que visa revitalizar uma delicada trégua comercial e eliminar as restrições à exportação chinesa de minerais raros e outros componentes industriais essenciais.
Trump utilizou suas redes sociais para compartilhar alguns dos primeiros detalhes que emergiram de dois dias de conversas realizadas em Londres. Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, essas negociações conferiram maior solidez ao acordo estabelecido no mês passado em Genebra, que buscou aliviar as tarifas retaliatórias que haviam alcançado níveis elevados.
“O nosso acordo com a China está finalizado, aguardando apenas a aprovação final de mim e do presidente Xi”, afirmou Trump em sua rede social Truth Social. “A China fornecerá, antecipadamente, ímãs completos e todos os minerais raros necessários. Em contrapartida, vamos cumprir com o que foi acordado, incluindo permitir que estudantes chineses frequentem nossas instituições de ensino superior (o que sempre foi benéfico para mim!). As tarifas que estamos recebendo totalizam 55%, enquanto a China terá uma tarifa de 10%.”
Uma fonte da Casa Branca explicou que os 55% incluem uma tarifa básica de 10%, aplicada a produtos importados de quase todos os parceiros comerciais dos EUA; 20% sobre as importações da China, devido a medidas relacionadas ao fluxo do opioide fentanil; e taxas pré-existentes de 25% sobre produtos chineses que foram estabelecidas durante o primeiro mandato de Trump.
Posteriormente, Trump acrescentou: “O presidente Xi e eu iremos colaborar para abrir o comércio norte-americano na China. Isso será uma grande VITÓRIA para ambos os países!!!”
Ainda não estão claros os detalhes sobre como o acordo será implementado.
O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente às solicitações de comentários e informações adicionais.
Estrutura para um acordo
As autoridades dos Estados Unidos e da China se encontraram em Londres na última segunda-feira, após uma conversa entre Trump e Xi Jinping na semana anterior, que ajudou a superar um impasse que havia surgido após um acordo preliminar em Genebra destinado a resolver a tensão comercial entre os dois países.
Esse acordo em Genebra não teve êxito devido às persistentes limitações impostas pela China sobre a exportação de minerais essenciais. Em resposta, o governo Trump implementou controles de exportação que dificultavam o envio de software para design de semicondutores, aeronaves e outros produtos para o país asiático.
Howard Lutnick mencionou que o entendimento alcançado em Londres iria eliminar as restrições sobre as exportações chinesas de minerais e ímãs de terras raras, assim como algumas das novas limitações de exportação dos EUA, mas não forneceu detalhes adicionais após o término das negociações, que ocorreram por volta da meia-noite no horário local.
“Estabelecemos uma base para pôr em prática o entendimento de Genebra e as solicitações feitas pelos dois presidentes”, afirmou Lutnick. Ele ressaltou que agora ambos os lados iriam levar essa proposta para a aprovação de seus respectivos líderes.
“Se obtivermos essa aprovação, daremos início à implementação da estrutura”, acrescentou.
Em uma entrevista separada, o vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, confirmou que um acordo comercial havia sido alcançado em princípio e que seria apresentado aos líderes dos Estados Unidos e da China.
As alterações nas tarifas propostas por Trump impactaram significativamente os mercados globais, causando congestionamentos e desordens nos portos, além de resultar em perdas financeiras de bilhões de dólares para as empresas devido a vendas não realizadas e aumento nos custos.