A inteligência artificial foi desenvolvida exclusivamente com dados do próprio banco e considerará o perfil do investidor, além da composição de sua carteira.
Um agente de investimento especializado, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. A solução de inteligência artificial do Itaú promete ser completamente personalizada de acordo com o cliente e seu perfil de investidor, utilizando um modelo conversacional, livre de roteiros, projetado para esclarecer dúvidas e oferecer recomendações de investimentos.
Em uma entrevista com a imprensa nesta quinta-feira (5), Renato Cunha, diretor de produtos e soluções para investidores do Itaú Unibanco, revelou que a solução será lançada na próxima semana para um período inicial de testes com 10 mil clientes selecionados dos perfis Uniclass e Personnalité.
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O agente financeiro de inteligência artificial generativa do Itaú será integrado às soluções de assessoria já oferecidas pelo banco, incluindo o serviço de assessoria digital, assessoria humana e curadoria de produtos.
O grande diferencial será a interação conversacional livre, que permitirá aos clientes esclarecer dúvidas sobre produtos, questionar as razões por trás das recomendações, solicitar orientações para investimentos ou sugestões de alocação financeira em cada ativo.
“Em nossa avaliação interna com os clientes, percebemos que a conversa livre, adaptada ao contexto individual do perfil de investimento, é fundamental. Muitas dúvidas que as pessoas têm, às vezes por vergonha de perguntar a um assessor humano, não terão essa barreira com a IA”, afirmou Cunha.
O diretor mencionou exemplos de perguntas simples que podem ser feitas, como “o que é CDI?”, “como funciona o Tesouro Direto?” e “o que é a Selic?”, entre outras.
IA especializada em conteúdo do Itaú
Segundo o banco, todas as recomendações e informações fornecidas pela inteligência artificial generativa não são obtidas da internet. O treinamento do robô foi realizado exclusivamente com conteúdo interno, elaborado por assessores, gestores e funcionários do Itaú.
As sugestões de ativos de investimento ou produtos específicos também se baseiam em informações provenientes do próprio banco.
A alocação apropriada para cada perfil de investidor é derivada da carteira de alocação mensal do Itaú, que é segmentada por tipo de investidor. O mesmo princípio se aplica às carteiras de investimentos em ações, fundos imobiliários, títulos públicos e renda fixa.
Cunha considera esse aspecto um diferencial significativo que distingue o agente de investimentos das outras IAs disponíveis no mercado.
“Você pode perguntar ao Gemini onde investir e ele responde, mas não tem acesso ao seu perfil de investidor, à alocação da sua carteira ou ao seu nível de risco. Além disso, a IA geral não oferece uma curadoria de produtos que analisa dados qualitativos e quantitativos como faz a equipe do Itaú”, afirmou Carlos Eduardo Mazzei, diretor de tecnologia do Itaú Unibanco.
Neste primeiro momento, o agente de investimentos terá a capacidade de esclarecer dúvidas sobre produtos e alocação de carteira, além de oferecer recomendações.
O ato de investir deve ser realizado pelo próprio investidor no aplicativo do banco, já que a solução ainda não inclui a funcionalidade transacional. Atualmente, apenas os investimentos em CDBs poderão ser executados pelo robô após um comando no chat.
O aprofundamento em alguns produtos, como ações, ficará para uma atualização futura. Cunha afirmou que o agente de IA poderá fornecer recomendações com base na carteira do Itaú e no portfólio do cliente, mas não terá acesso a informações detalhadas sobre ações ou balanços das empresas.
O diretor de produtos do Itaú destacou que expandir o conteúdo da IA para incluir informações sobre ações é uma meta do banco, mas esse desenvolvimento precisa ser gradual para evitar problemas relacionados a questões regulatórias.
Quem vai testar o “robô assessor”?
O Itaú escolheu um grupo específico de clientes para realizar os primeiros testes do novo sistema.
Serão 10 mil clientes, divididos entre os perfis Uniclass (com investimentos superiores a R$ 50 mil) e Personnalité (com investimentos de até R$ 300 mil), que apresentam uma carteira pouco diversificada e um perfil de investimentos ativo.
Um ponto importante é que nenhum desses clientes conta com um assessor de investimentos dedicado.
“Identificamos esse perfil como aqueles que desejam diversificar suas carteiras, mas não sabem como fazê-lo. Eles buscam uma assessoria que entenda seus interesses e hábitos”, comentou o diretor do Itaú.
De acordo com o banco, todo o período de testes será monitorado para avaliar como o público interage com as soluções, se a IA está funcionando adequadamente e quais são as principais dúvidas dos clientes.
O objetivo é aprimorar a IA do agente de investimentos, identificar possíveis falhas para correção e, posteriormente, disponibilizar a solução para todos os clientes do Itaú.
Antes dessa fase de testes, 2.500 funcionários do Itaú já experimentaram as funcionalidades da IA.
“Já temos inteligência artificial integrada a diversas funcionalidades e soluções do Itaú. Este é mais um passo: uma solução sem custo para o cliente, com grande potencial para atender à demanda por aprendizado sobre investimentos”, ressaltou Cunha.