O banco planeja utilizar os recursos obtidos por meio da captação para financiar suas operações de crédito.
Com o crescente interesse dos brasileiros pelos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), o Agibank anunciou nesta sexta-feira (30) sua entrada nesse mercado, realizando uma captação de R$ 2 bilhões.
Essa operação representa a primeira estruturação do banco em um FIDC que é garantido por recebíveis de crédito consignado.
- Veja também: Na corrida pela IA generativa, Amazon e New York Times anunciam acordo de licenciamento de conteúdo editorial
“Essa emissão marca o início de uma nova etapa em nosso plano de captação, utilizando um instrumento que une eficiência, profundidade de mercado e previsibilidade para apoiar a expansão da nossa carteira”, afirmou Marcello Dubeux, diretor de tesouraria e relações com investidores do Agibank, em comunicado.
O intuito da transação foi expandir as opções de instrumentos estruturados da instituição, visando a diversificação da captação e o acesso a linhas garantidas.
A estreia do Agibank no mercado de FIDC
Com um prazo de até dez anos, o fundo atraiu 20 investidores institucionais. De acordo com o banco, a operação teve uma demanda que superou três vezes a oferta.
Segundo a instituição, a “alta demanda por parte dos investidores institucionais” evidencia a confiança do mercado na qualidade da originação de crédito da empresa.
O Agibank não divulgou a taxa de retorno do FIDC.
De qualquer forma, a instituição tem a intenção de usar os recursos para financiar suas operações de crédito.
Com o Santander e o Itaú BBA coordenando a transação, a operação obteve classificação de crédito ‘AAA.br’ pela agência de classificação de risco Moody’s Local.
- Veja também: Méliuz (CASH3) apresenta proposta de follow-on para comprar Bitcoin, e ações caem nesta sexta (30)
A popularidade dos FIDCs
Apesar de ter uma sigla peculiar, os FIDCs estão se tornando cada vez mais populares entre os investidores brasileiros, especialmente após a CVM permitir que pessoas físicas também possam investir nesse tipo de fundo.
Como o nome indica, esses fundos são respaldados por direitos de crédito que empresas ou instituições financeiras têm a receber. Assim, eles conseguem antecipar esses valores, enquanto os cotistas costumam obter retornos que superam o CDI — o principal indicador da renda fixa.
No entanto, é importante ter cautela: esses fundos investem em títulos de crédito privado, ou seja, dívidas de empresas e indivíduos, o que envolve riscos relacionados à inadimplência.
A rentabilidade maior em relação ao CDI está diretamente ligada ao maior risco dos ativos envolvidos.
No caso do FIDC do Agibank, o risco enfrentado pelo investidor é a inadimplência dos tomadores dos empréstimos. Contudo, nesse caso específico, a chance de calote é considerada baixa por se tratar de uma carteira de empréstimos consignados.