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Autoridades de EUA e China trocam farpas em evento sobre comércio em Xangai

Autoridades dos Estados Unidos e da China trocaram críticas nesta sexta-feira durante uma celebração organizada por uma câmara empresarial americana em Xangai, enquanto se fazia um apelo para que os dois países oferecessem mais previsibilidade às empresas norte-americanas que atuam na China.

Scott Walker, cônsul-geral do consulado dos EUA em Xangai, comentou a um grupo de empresários que participava das comemorações do 110º aniversário da Câmara de Comércio Americana (AmCham) na cidade que a relação econômica entre os dois países tem sido desequilibrada e não recíproca “há muito tempo”.

“Exigimos o fim das práticas discriminatórias e das retaliações contra empresas americanas na China”, afirmou.

Em resposta ao discurso de Walker, Chen Jing, um oficial do Partido Comunista de Xangai e presidente da Associação Popular de Xangai para Amizade com Países Estrangeiros, contestou essa visão. “Penso que a perspectiva do cônsul-geral é preconceituosa, infundada e não reflete a conversa que nossos líderes tiveram na noite anterior”, declarou.

Esse intercâmbio evidencia a tensão persistente nas relações entre os dois países, enquanto a guerra comercial continua.

Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, tiveram uma conversa telefônica após semanas de crescente tensão comercial e disputas sobre minerais essenciais. Trump afirmou depois que ambos concordaram em retomar as negociações.

Isso aconteceu em meio a um embate recente entre Washington e Pequim sobre minerais de “terras raras”, o que ameaçava desestabilizar uma trégua precária na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Os países haviam estabelecido um acordo de 90 dias em 12 de maio para reverter algumas das tarifas implementadas desde a posse de Trump, em janeiro. No entanto, o acordo não abordou questões mais amplas que afetam a relação entre eles, e Trump acusou a China de não cumpri-lo.

Eric Zheng, presidente da AmCham Xangai, que representa mais de 1.000 empresas associadas, comentou a repórteres durante o evento que muitas empresas estão adiando suas decisões devido à incerteza.

“As pessoas estão em busca de declarações mais claras e duradouras de ambas as partes, que proporcionem maior segurança às empresas”, disse ele. “Nosso principal pedido aos dois governos é que nos ofereçam alguma certeza para que possamos planejar adequadamente.”

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