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Azul (AZUL4): dívida alta e desempenho abaixo do esperado preocupam bancões; veja o que fazer com as ações

A Azul registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,816 bilhão no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 460,4% em comparação aos R$ 324,2 milhões reportados no mesmo período de 2024.

Preparem-se: a turbulência financeira da Azul (AZUL4) ainda persiste, gerando preocupação em três grandes bancos nesta quinta-feira (15).

O JP Morgan, BTG Pactual e Goldman Sachs afirmam que a companhia aérea apresentou resultados aquém das expectativas, mantendo a recomendação neutra para suas ações.

Por volta das 13h45, as ações da AZUL4 estavam sendo negociadas em torno de R$ 1,20. Desde o começo do ano, a desvalorização dos papéis já ultrapassa 65% na B3.

Nesta quarta-feira (14), a companhia aérea divulgou seus resultados, reportando um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,816 bilhão, um crescimento de 460,4% em comparação ao prejuízo de R$ 324,2 milhões registrado nos três primeiros meses de 2024.

O endividamento líquido da empresa atingiu R$ 31,3 bilhões ao final do primeiro trimestre, refletindo um aumento de 50,3% em relação ao ano anterior e de 6% em comparação ao quarto trimestre de 2024.

De acordo com a companhia, esse aumento se deve ao empréstimo bilionário obtido no início do ano como parte do plano de reestruturação, além do crescimento das obrigações relacionadas a arrendamentos.

Recomendação do JP Morgan para ações da Azul

Segundo os três bancos, a decisão de manter uma posição neutra em relação às ações da Azul se baseia nos resultados que ficaram aquém das expectativas no primeiro trimestre de 2025.

O JP Morgan havia previsto um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que seria 19% inferior ao que foi estimado. No período, o Ebitda alcançou R$ 1,386 bilhão, apresentando uma queda de 2% em comparação ao mesmo período de 2024.

Os analistas do banco acreditam que as ações da AZUL4 devem sofrer uma reação negativa, devido à pressão gerada pelo plano de reestruturação da dívida e pela expectativa de uma diluição acionária que pode ultrapassar 80%.

Assim, a recomendação continua sendo neutra, sem definição de preço-alvo por parte do JP Morgan.

Recomendação do do BTG Pactual para ações da Azul

Para o BTG Pactual, a Azul apresentou uma receita estável, mas a alavancagem da empresa é motivo de preocupação para os analistas, especialmente após o aumento observado no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela desvalorização do real em relação ao dólar.

Os analistas apontam que a companhia teve um desempenho operacional positivo, com um crescimento de 16% na capacidade e yields robustos, o que indica uma boa execução e um setor em recuperação. No entanto, a alavancagem ainda é considerada alta e continua sendo um foco de atenção.

“O impacto do câmbio elevou o valor da dívida em moeda estrangeira, fazendo com que a dívida líquida aumentasse de R$ 29,6 bilhões para R$ 31,4 bilhões no trimestre, resultando em uma alavancagem (dívida líquida/Ebitda) que subiu de 4,9x para 5,2x”, ressalta o relatório do BTG Pactual.

Apesar disso, essa situação não alterou a recomendação neutra do BTG Pactual em relação à Azul, mantendo o preço-alvo em R$ 17.

Recomendação do Goldman Sachs para ações da Azul

Por último, o Goldman Sachs viu suas expectativas não se concretizarem no primeiro trimestre da Azul. O Ebitda ajustado de R$ 1,386 bilhão ficou 20% abaixo do que o banco americano havia projetado.

Os analistas destacam que a principal pressão veio da categoria de “outras despesas”, que aumentou significativamente no trimestre. Esse crescimento foi impulsionado por um aumento temporário nas operações irregulares, resultante de falhas de fornecedores, além de problemas na cadeia de suprimentos. Isso acabou ocasionando um aumento nas ações judiciais e nos custos relacionados à acomodação, alimentação e transporte dos passageiros.

Caso essas despesas tivessem permanecido nos níveis médios de 2024, em torno de R$ 380 milhões por trimestre, a margem Ebitda teria apresentado um aumento de 6 pontos percentuais, alinhando-se assim com as expectativas do mercado.

Dessa forma, o Goldman Sachs estabelece o preço-alvo para dezembro em R$ 2,40, mantendo uma recomendação neutra para as ações da empresa.

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