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Azul (AZUL4): Por que ações disparam até 15% nesta sexta-feira (13)?

Nesta sexta-feira (13), as ações da Azul (AZUL4) estão em alta na B3, impulsionadas pela perspectiva de um aporte de R$ 1 bilhão em seu caixa. A companhia aérea, que recentemente solicitou recuperação judicial nos Estados Unidos sob o Chapter 11, está em processo de reestruturação financeira.

Conforme reportado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Azul pretende garantir esse valor através do adiantamento de um empréstimo concedido à companhia aérea TAP em 2016.

O diário informou que a antecipação do pagamento dessa dívida, originalmente prevista para março de 2026, foi aprovada para ocorrer em 23 de junho.

Em contato com o Mundo Conectdo, a Azul confirmou que continua trabalhando para solucionar a questão da dívida com a TAP, que decorre do empréstimo obrigacionista.

“A empresa esclarece que concedeu à TAP um empréstimo de 90 milhões de euros, além de mais 30 milhões de euros provenientes do governo português, com o objetivo de melhorar a liquidez da companhia, que enfrentava dificuldades financeiras”, informa a Azul.

Diante dos movimentos em direção a uma possível privatização da TAP e das incertezas sobre as garantias da dívida, a Azul decidiu contratar um escritório de advocacia em Portugal. O intuito é assegurar que as garantias sejam cumpridas ou que a dívida seja quitada antecipadamente.

Em relação ao andamento desse processo, durante a Assembleia Geral de Obrigacionistas realizada em 15 de abril deste ano, em Lisboa, foram aprovadas algumas medidas:

  • Do reconhecimento da ocorrência de eventos de incumprimento pela TAP;
  • Do vencimento antecipado da dívida; e
  • Da determinação para que o Representante Comum faça cumprir os termos dos documentos financeiros e assegure o pagamento da dívida pela TAP.

Por volta das 13h40 (horário de Brasília), as ações da Azul (AZUL4) apresentavam uma alta de 8,51%, cotadas a R$ 1,02. No pico do dia, até aquele momento, os papéis chegaram a subir 15,96%, atingindo R$ 1,09.

A Azul está se comportando de forma oposta ao mercado de petróleo nesta sexta-feira, que registrava uma alta de 6% por volta das 14h, devido ao aumento das tensões no Oriente Médio após os ataques de Israel ao Irã.

É importante destacar que o querosene de aviação representa um dos principais custos operacionais para as companhias aéreas.

Nas bolsas internacionais, o setor aéreo enfrenta perdas, com empresas como United Airlines, Lufthansa e American Airlines apresentando quedas em torno de 3%.

Chapter 11 da Azul

No final de maio, a Azul anunciou sua adesão ao Chapter 11, já firmando acordos com vários parceiros. A companhia iniciou um processo de reestruturação pré-aprovada com o objetivo de facilitar um financiamento de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em DIP (debtor-in-possession).

Esse tipo de crédito é destinado a empresas que estão em recuperação judicial e visa fornecer os fundos necessários para que possam continuar operando e alcançar seus objetivos. No caso da Azul, o foco é na redução da dívida e na melhoria de sua estrutura financeira.

A empresa informou que esse financiamento ajudará a quitar parte da dívida atual e proporcionará cerca de US$ 670 milhões em novos recursos para fortalecer sua liquidez durante e após o processo.

A Azul já passou pela sua “Audiência Inicial” e obteve todas as aprovações judiciais necessárias para suas petições de “Primeiro Dia” relacionadas ao pedido de Chapter 11.

Entre as decisões do Tribunal, foi concedida autorização para que a Azul acesse imediatamente US$ 250 milhões do seu financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão.

A expectativa é que a companhia finalize esse processo até o início de 2026.

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