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Bradesco (BBDC4): Itaú BBA vê ‘joia escondida’ e agora é compra; veja potencial

O Bradesco (BBDC4) atraiu a atenção do mercado ao apresentar resultados superiores às expectativas. Até o momento, as ações acumulam uma valorização de mais de 40% no ano. Contudo, segundo o Itaú BBA, ainda há margem para um aumento adicional.

A corretora revisou sua recomendação de neutra para compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 20, o que indica um potencial de valorização de 22% em comparação com o fechamento mais recente.

No relatório, os analistas liderados por Pedro Leduc enfatizam que o banco tem cumprido suas obrigações, adotando uma abordagem cautelosa na concessão de crédito, o que deve ser benéfico para enfrentar a deterioração do cenário macroeconômico.

Os especialistas projetam que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) alcance 15% em 2025 e 16% em 2026, colocando o retorno acima do custo de capital.

No primeiro trimestre, o ROE apresentou um avanço significativo, subindo 4,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 2,4 pp em comparação ao trimestre anterior, superando a marca de 13% e atingindo 14,4%, enquanto a maioria das instituições esperava uma estabilidade.

“Isso deverá contribuir para a acumulação de capital necessária para apoiar o crescimento da carteira de crédito.”

O Itaú também observa que, mesmo após perder o impulso inicial das ações, que subiram mais de 15%, ainda vê oportunidades de crescimento promissoras e avaliações atrativas, com os papéis sendo negociados a 6,1 vezes o preço sobre lucro (P/L) projetado para 2026.

Quanto mais baixo o múltiplo, mais barata a ação

“O Bradesco figura entre nossas principais recomendações de ações no mercado financeiro brasileiro, destacando-se positivamente dentro da perspectiva de crescimento e avaliação do setor financeiro na América Latina.”

O Itaú também menciona que as operações de seguros do Bradesco sustentavam a instituição durante períodos de ROE mais baixo.

“Atualmente, tanto as atividades bancárias quanto as de seguros estão apresentando melhorias simultâneas. Espera-se que o crescimento dos lucros acelere no final de 2025 e em 2026. A expectativa mais robusta para o ROE ajuda a mitigar as preocupações relacionadas ao capital necessário para o crescimento.”

Bradesco Saúde: joia da coroa

Embora evidencie as melhorias operacionais, o Itaú BBA dedica mais da metade do relatório à análise do segmento de seguros de saúde do Bradesco. Para a corretora, o Bradesco Saúde se tornará um dos principais motores de lucro nos próximos anos.

O Bradesco Saúde conta com 3,8 milhões de vidas. Com R$ 46 bilhões em prêmios emitidos em 2024, a empresa enfrentou desafios recentes para alcançar um lucro operacional satisfatório.

“A Bradesco Saúde conseguiu melhorar significativamente sua rentabilidade ao adotar medidas semelhantes às de outros concorrentes do setor, como um controle de custos mais rigoroso e aumentos de preços mais expressivos.”

Nos últimos trimestres, conforme destaca o relatório, a divisão de seguros de saúde apresentou uma melhoria na taxa de sinistralidade (MLR) que superou tanto a dos concorrentes quanto as expectativas sazonais.

Entretanto, nem tudo são boas notícias. O crescimento no número de beneficiários da empresa ficou aquém do mercado, resultando em prejuízo líquido e perda de participação em algumas regiões.

Desde 2023, a Bradesco Saúde perdeu mais de 200 mil beneficiários e tem registrado adições líquidas inferiores às de outros players do setor.

Ainda assim, o Itaú ressalta que essa performance menos robusta nas adições líquidas não reflete uma desaceleração na receita.

“Por meio de sua estratégia de parcerias, a Bradesco Saúde pode criar um alinhamento financeiro ao adquirir participação em hospitais parceiros.”

Até agora, a seguradora não se comprometeu a operar hospitais — algo que nunca fez — mas está selecionando uma rede de alta qualidade onde terá participação financeira.

“Essa estratégia é vista como uma forma de equilibrar e garantir custos adequados em seu portfólio. Com esse alinhamento financeiro, a empresa provavelmente oferecerá um produto competitivo no futuro para sua clientela premium.”

O retorno sobre o patrimônio líquido do segmento de seguros está em torno de 25%. Essa performance despertou especulações no mercado sobre um possível IPO (oferta pública inicial) da área, embora isso tenha sido negado posteriormente.

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