O Itaú Unibanco (ITUB4) mantém sua posição de liderança no setor bancário, com um valor de mercado de R$ 370,9 bilhões. O pico anual foi registrado em 19 de maio, atingindo R$ 389,3 bilhões, o que representa um aumento de R$ 88,9 bilhões em comparação com o final de 2024.
Uma novidade relevante em 2025 é o desempenho do BTG Pactual (BPAC11). O banco de investimentos experimentou um crescimento significativo em seu valor de mercado, passando de R$ 133,6 bilhões para R$ 209,7 bilhões até 23 de junho, com uma valorização de R$ 76,1 bilhões. O ponto mais alto foi alcançado em 16 de junho, com R$ 214,2 bilhões. Com esse avanço, o BTG superou o Bradesco (BBDC4) e assumiu a segunda posição entre os bancos listados na B3.
O Bradesco, que tradicionalmente ocupava o segundo lugar, também apresentou uma recuperação notável. Seu valor de mercado aumentou de R$ 117,7 bilhões para R$ 162,2 bilhões, um acréscimo de R$ 44,5 bilhões. Apesar dessa recuperação, o crescimento não foi suficiente para deter a ascensão do BTG. O pico do Bradesco no ano ocorreu em 17 de junho, registrando R$ 166 bilhões.

O Banco do Brasil (BBAS3) apresenta o desempenho mais fraco entre os cinco maiores bancos. É o único do grupo a registrar desvalorização em 2025, com seu valor de mercado reduzido em R$ 17,6 bilhões. Em 23 de junho, o market cap do BB era de R$ 120,4 bilhões, uma queda considerável em relação aos R$ 169,9 bilhões de 14 de maio.
O Santander encerra o grupo dos cinco maiores com uma performance mais estável. Seu valor de mercado atual é de R$ 108,4 bilhões, tendo atingido um pico de R$ 114 bilhões em 19 de maio.
BTG dispara, BB desaba na Bolsa
A performance das ações no mercado espelha a recente transformação no setor bancário. No período de janeiro a 23 de junho de 2025, as ações ordinárias do BTG Pactual (BPAC3) registraram uma valorização de 63,12%. As ações preferenciais (BPAC11) apresentaram um ganho de 53,61%. Esses retornos superam significativamente a valorização de 13,52% do Ibovespa no mesmo intervalo de tempo.
O Bradesco também demonstra uma performance robusta, com as ações BBDC4 em alta de 50,4% e BBDC3 em 40,61%. Por outro lado, o Itaú Unibanco apresenta uma valorização mais contida, com ITUB3 subindo 40,97% e ITUB4 em 38,81%.
Em contrapartida, o Banco do Brasil se destaca negativamente, com uma queda de 9,03% em suas ações ordinárias (BBAS3) no ano. O Santander exibe um desempenho positivo, porém mais modesto, com variações entre 24,59% (SANB4) e 26,65% (SANB3).

Desde a pandemia: BTG e Itaú lideram, Bradesco e Santander decepcionam
Considerando um período mais extenso, de 21 de fevereiro de 2020 (imediatamente antes do início do pânico causado pela Covid-19) até 23 de junho de 2025, a análise do desempenho das ações bancárias evidencia vencedores e perdedores de forma mais acentuada.
O BTG Pactual emerge como o grande vencedor do setor. Suas ações ordinárias (BPAC3) dispararam 192,06%, enquanto as preferenciais (BPAC11) registraram uma alta de 156,31%. O Itaú Unibanco também se destaca positivamente, com as ações ITUB3 valorizando 100,06% e ITUB4, 93,69%.
Em contraste, Bradesco e Santander apresentam rentabilidade negativa em seus papéis. As ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) acumulam uma desvalorização de 11,41%, e as preferenciais (BBDC4) caem 5,79%. As ações ordinárias do Santander (SANB3) recuam 6,83%.
O Banco do Brasil, apesar das perdas recentes, demonstra uma rentabilidade acumulada de 36,29% desde o início da pandemia, superando os 20,12% de valorização do Ibovespa no mesmo período.

Lições do mercado: eficiência, governança e modelo de negócio fazem a diferença
O destaque do BTG reflete a preferência dos investidores por modelos de negócios mais eficientes, com menor exposição a inadimplência e maior geração de receita através de serviços. A performance do Itaú corrobora essa tendência, demonstrando consistência, previsibilidade e foco em rentabilidade.
Bradesco e Santander, por sua vez, ainda lidam com o ceticismo do mercado devido a suas estruturas mais complexas e menos ágeis. O Banco do Brasil apresenta um cenário particular: apesar de lucros expressivos e dividendos atraentes, o risco político e a intervenção estatal na governança afastam parte dos investidores.
Em 2025, o setor bancário brasileiro não só se valorizou, mas também reconfigurou a posição de seus principais players. Essa dinâmica pode sofrer novas alterações ainda neste ano.