Depois de reuniões com investidores nacionais e internacionais, o BTG Pactual manteve a recomendação positiva para as ações da Rede D’Or (RDOR3).
O banco aumentou o preço-alvo das ações de R$ 44 para R$ 46 para o final de 2025, indicando um potencial de valorização de 32,2% em relação ao fechamento da última sexta-feira (20). A indicação de compra foi preservada.
No começo de junho, a Rede D’Or surpreendeu o mercado ao reduzir seu plano de expansão, diminuindo a previsão para entrega de novos leitos hospitalares entre 2025 e 2028 de 4.036 para 3.203, uma queda de 21%.
Esse anúncio provocou uma queda de 5% nas ações em um único pregão.
Contudo, o BTG Pactual avalia que essa revisão não impacta a tese de investimento no longo prazo.
Segundo os analistas Bruno Henriques, Luis Mollo e Marcel Zambello, “diversos analistas, incluindo nossa equipe, não enxergam o corte como uma mudança significativa na tese da Rede D’Or. Embora a redução na meta pareça preocupante inicialmente, apresentamos vários pontos positivos em nossas recentes conversas com investidores.”
Para o BTG, a revisão representa “uma medida prática diante das incertezas macroeconômicas e políticas atuais, sem alterar as metas de longo prazo da empresa.”
Nesta segunda-feira (23), as ações da empresa de saúde registram queda no Ibovespa (IBOV). Por volta das 11h40 (horário de Brasília), os papéis RDOR3 recuavam 0,78%, sendo negociados a R$ 34,53.
No ano, os papéis acumulam alta de mais de 37%.
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Rede DOr é compra
Os analistas do BTG Pactual mantêm uma perspectiva positiva para a Rede D’Or, baseada em diversos fatores.
Um deles é a possibilidade de retomada de fusões e aquisições (M&As) até 2028, considerando o histórico sólido da empresa, o que por si só compensa a redução no plano original. Apesar dos valores ainda parecerem elevados, essa estratégia pode ser retomada futuramente.
Outro ponto é o potencial para novos projetos em parceria com o Bradesco, por meio da joint venture Atlântica D’Or, anunciada em maio.
Espera-se também um aumento nos leitos operacionais, mesmo que o crescimento seja mais lento. Atualmente, a Rede D’Or opera com 78% da capacidade total (10.100 de 13.100 leitos), e a previsão é de melhora desse índice nos próximos dois anos, o que fortaleceria sua posição nas negociações comerciais ao reduzir a capacidade ociosa.
Além disso, os analistas destacam que a rede hospitalar alcançou um estágio de crescimento estável e equilibrado, com geração de caixa, expansão orgânica, boa posição para ampliar a parceria com o Bradesco, pagamento de dividendos, recompra de ações e melhoria contínua nas margens e sinistralidade.
Eles projetam crescimento anual dos lucros de pelo menos 15% na próxima década.
Assim, a ação da Rede D’Or continua sendo a principal recomendação do banco no setor de saúde.