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Casas Bahia (BHIA3) corta dívida em R$ 1,6 bi e reduz alavancagem pela metade com acordo — ações sobem 20%

O acordo com os credores visa aprimorar a saúde financeira da empresa, diminuir o nível de endividamento e proporcionar maior flexibilidade para realizar investimentos.

Na noite da última quinta-feira (5), a Casas Bahia (BHIA3) anunciou um acordo que pode transformar sua situação: a varejista firmou um entendimento com os credores para converter uma parte significativa de sua dívida em ações.

Com isso, a dívida bruta da empresa será reduzida em R$ 1,6 bilhão. A alavancagem será cortada pela metade, passando de 1,6 vez na relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 0,8 vez.

Esse índice indica o tempo que uma empresa leva para quitar suas obrigações com base nos resultados atuais; portanto, quanto menor for esse número, melhor.

As ações da empresa iniciaram o dia liderando os ganhos na bolsa, com um aumento de 20,15%, alcançando R$ 4,83 por volta das 10h40.

O acordo da Casas Bahia com os credores

Segundo um comunicado, a empresa irá transformar toda a série 2 de sua 10ª emissão de debêntures, totalizando R$ 1,56 bilhão, em ações.

Os bancos Bradesco e Banco do Brasil, que são os detentores desses títulos, irão vendê-los para uma instituição financeira ainda não identificada. A conversão será feita com base na média de preços dos últimos 90 dias, aplicando um desconto de 20%.

A empresa também comunicou que, se toda essa dívida fosse convertida em ações hoje, seria necessária a emissão de 328 milhões de novas ações. Isso implicaria que a maior parte da companhia deixaria de ser propriedade dos acionistas atuais e passaria para os credores, que teriam mais de 77% do controle acionário.

Em outras palavras, isso resultaria em uma diluição significativa da participação dos sócios existentes.

Entretanto, o novo detentor das debêntures se comprometeu a um lockup gradual de 16 meses, permitindo a venda de até 10% da posição no primeiro trimestre, seguido de 15% no segundo e assim por diante.

Essas medidas visam evitar uma grande quantidade de ações sendo rapidamente colocadas no mercado, o que poderia causar uma queda acentuada nos preços, embora não evitem a diluição.

Além disso, a Casas Bahia conseguiu melhorar os prazos da série 1 das debêntures, que totaliza R$ 1,6 bilhão na negociação.

A companhia adiou o pagamento do primeiro juro de novembro de 2026 para novembro de 2027 e estendeu o cronograma de amortização da dívida, postergando o início do pagamento do valor principal para o mesmo ano.

Com essa reestruturação financeira, a varejista alivia a pressão sobre seu caixa no curto prazo, ganhando espaço para investir na operação enquanto avança na conversão da Série 2 das debêntures em ações.

Para contextualizar: em julho de 2024, a Casas Bahia realizou uma captação de recursos por meio da sua 10ª emissão de debêntures, que foi dividida em três séries.

  • 1ª e 3ª séries: são debêntures simples com garantia real, que não podem ser convertidas em ações. Os investidores recebem juros, mas não viram sócios da empresa.
  • 2ª série: é uma debênture conversível, ou seja, pode ser trocada por ações da empresa no futuro, caso o investidor queira.

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