Com o mercado em expectativa sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o JP Morgan projeta que os diretores do Banco Central (BC) decidirão por manter a taxa Selic em 14,75% ao ano. A reunião está agendada para os dias 17 e 18 de junho.
Os economistas Cassiana Fernandez, Mirella Sampaio e Vinicius Moreira argumentam que a abordagem “data dependency” da instituição, aliada aos resultados da inflação de maio que superaram as previsões, reforça a expectativa de estabilidade nas taxas de juros.
O Banco Central deve enfatizar a importância de manter uma política monetária restritiva por mais tempo, optando por pausar o ciclo de aumentos em vez de encerrá-lo. Essa estratégia permitirá aos diretores uma melhor avaliação do desenvolvimento de um cenário incerto.
Os analistas indicam que o comunicado do Copom pode ser semelhante ao emitido em setembro de 2022, quando o comitê concluiu o primeiro ciclo de aumento das taxas após a pandemia de Covid-19. Na ocasião, enfatizou a importância de monitorar se a manutenção da Selic em patamares elevados poderia ajudar a trazer a inflação de volta aos níveis desejados.
“Essa estratégia visa abordar a expectativa do Banco Central de 3,6% para o horizonte de 2026, adotando uma postura cautelosa que permitirá avaliar se as taxas altas irão desacelerar a economia abaixo do seu potencial e fazer a inflação convergir para a meta”, comentam os economistas.
O JP Morgan projeta que os juros permanecerão estáveis até dezembro deste ano, momento em que o Banco Central deve começar a flexibilizar a política monetária. A previsão é que a taxa se feche em 10,50% ao ano até 2026.
E se o Copom elevar a Selic?
Embora o JP Morgan preveja que a Selic será mantida, também considera a possibilidade de que o Banco Central eleve a taxa em 0,25 ponto percentual.
Caso isso ocorra, a comunicação indicaria a possibilidade de uma taxa terminal superior à duração da política de restrição. O Banco Central também poderia sinalizar a abertura para novos aumentos, mas sem fornecer diretrizes específicas sobre os passos seguintes.
Entretanto, os economistas destacam que um acréscimo de 0,25 ponto percentual “seria insignificante e caracterizaria um ajuste desnecessário”, especialmente após a elevação dos juros de 10,50% para 14,75% em um período inferior a nove meses.