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É hora do Brasil? Ibovespa rompe marca dos 140 mil pontos e renova recorde na máxima do dia — impulso vem de Galípolo e dos EUA

O principal índice da B3 alcançou mais um dia de recorde em sua pontuação, mesmo com os mercados internacionais dos EUA em queda, impulsionado por boas notícias no cenário local.

É um recorde após o outro. Depois de atingir a marca histórica de 139 mil pontos na semana passada, o Ibovespa iniciou a semana se superando novamente: por volta das 12h55 (horário de Brasília) nesta segunda-feira (19), o principal índice da bolsa brasileira alcançou a máxima intradia de 140.068,22 pontos, com uma alta de 0,60%.

Embora a renovação desses recordes nominalmente seja vista como surpreendente, especialmente em um cenário de juros restritivos que favorece a renda fixa, analistas afirmam que as ações estão sendo negociadas a preços atrativos e que há uma demanda crescente por ações de países emergentes, especialmente em meio à incerteza no mercado financeiro dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, enquanto o Ibovespa avança, o S&P 500 enfrenta quedas após o rebaixamento da classificação de crédito dos EUA pela Moody’s — o país perdeu sua nota máxima de risco triplo A (AAA), passando para AA, devido às dificuldades em controlar sua dívida.

O foco fiscal é um tema familiar para o Brasil. Embora esteja sob constante análise aqui, o destaque atual recai sobre a votação do pacote orçamentário de cortes de impostos proposto por Donald Trump, que acontecerá no plenário americano esta semana.

Com a saída de investidores estrangeiros dos EUA, um dos destinos escolhidos tem sido o Ibovespa. O retorno dos investidores internacionais ao mercado brasileiro tem contribuído para os recordes na pontuação do índice.

Até 13 de maio, segundo os dados mais recentes da B3, o mercado local recebeu R$ 19 bilhões em investimentos provenientes do exterior.

Nesta segunda-feira, a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em uma conferência do Goldman Sachs também contribuiu para impulsionar o mercado.

Galípolo afirmou que as taxas de juros no Brasil devem permanecer altas por um período prolongado, sem fornecer orientações futuras (guidance). Ele também destacou que o Banco Central ainda não está preparado para indicar qualquer alteração na taxa Selic.

“Precisamos estabelecer confiança na interpretação dos dados para avaliar essa convergência”, declarou.

A sinalização foi considerada positiva pelo mercado, refletindo o compromisso do Banco Central em manter as expectativas de inflação sob controle.

Os investidores também estão atentos aos desdobramentos da gripe aviária no Brasil e como isso pode afetar as exportações do setor de proteínas, especialmente em relação às ações do Ibovespa.

Diversos países, incluindo China, União Europeia, Japão e Argentina, suspenderam as importações de frango brasileiro.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comentou nesta segunda-feira que a expectativa do ministério é que as exportações de carne de frango sejam retomadas em 28 dias, desde que não sejam registrados novos casos de infecção nesse período.

“Se em 28 dias não houver mais casos, poderemos, com segurança e com base científica, informar ao mercado e aos compradores que estamos livres da gripe aviária. O Brasil estará novamente livre dessa doença”, afirmou durante uma conversa com jornalistas.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

A JBS (JBSS3) se destaca hoje como a maior alta do Ibovespa, registrando um aumento de 3,16% por volta das 14h01.

Nesta semana, a empresa está finalizando a assembleia geral que decidirá sobre a autorização da dupla listagem no exterior. Recentemente, a consultoria Institutional Shareholder Services (ISS) emitiu uma recomendação contrária a essa mudança, alegando que “é problemática e prejudica significativamente os acionistas minoritários”. Você pode entender mais sobre essa situação aqui.

Fleury (FLRY3) e Magazine Luiza (MGLU3) também figuram entre as maiores altas do dia, com aumentos de 3,16% e 3,11%, respectivamente.

Por outro lado, Marfrig (MRFG3) aparece como a principal baixa, com uma queda de 4,03% por volta das 14h04. A empresa anunciou na semana passada sua intenção de incorporar a BRF (BRFS3) aos seus negócios e criar a nova companhia MBRF. No entanto, neste momento, a BRF está entre as mais afetadas pela gripe aviária, o que tem impactado negativamente suas ações.

Na sexta-feira (16), as ações da Marfrig tiveram uma forte alta na bolsa, mas hoje o mercado está corrigindo esse movimento.

Azul (AZUL4) e Brava (BRAV3) também estão entre as maiores perdas do dia, com quedas de 2,70% e 2,61%, respectivamente.

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