Os conflitos no Oriente Médio se intensificaram com os recentes ataques de Israel ao Irã, motivados por preocupações sobre o programa nuclear iraniano. Há mais de três décadas, Israel considera o programa atômico do Irã uma ameaça à sua segurança.
Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a justificativa de Israel para os ataques, apresentada como uma ação defensiva, faz parte de uma série de operações militares destinadas a manter sua influência na região.
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O programa nuclear do Irã, iniciado nos anos 1960 com apoio ocidental ao xá Reza Pahlavi, passou a enfrentar sanções e pressões após a Revolução Islâmica de 1979. Desde então, o Irã nega o desenvolvimento de armas nucleares, mesmo com a retomada do programa sob o aiatolá Ali Khamenei em 1989.
Para o cientista político Ali Ramos, os ataques israelenses têm como objetivo frear o progresso econômico e industrial do Irã e manter a superioridade militar de Israel. O professor Robson Valdez, do IDP, destaca que organismos internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), são usados para justificar ações contra o Irã.
Analistas apontam que, ao contrário de Israel — única nação do Oriente Médio que não aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) — o Irã sempre submeteu seu programa nuclear às inspeções internacionais.
O acordo conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), firmado em 2015, não prosperou depois que os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, se retiraram unilateralmente em 2018, intensificando a crise. As negociações retomadas durante o governo Biden foram suspensas após os ataques aéreos israelenses, aumentando a tensão geopolítica na região e causando instabilidade nos mercados globais, especialmente no setor petrolífero, fundamental para a economia local. Além das motivações políticas e econômicas, Israel acusa o Irã de financiar grupos considerados terroristas, como Hamas e Hezbollah, responsáveis por ataques contra o país.