Depois de atingir sua mínima histórica em janeiro, o Assaí (ASAI3) está mostrando sinais de recuperação. No acumulado do ano, as ações dispararam 80%, mesmo com a Selic elevada, que normalmente representa um desafio para o setor varejista.
Embora tenha apresentado essa alta expressiva, o valor das ações ainda está distante do seu pico histórico, registrado em janeiro de 2023, quando chegaram a R$ 21.
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Embora a varejista possa demorar um pouco para atingir essa meta, as ações ainda têm potencial para uma alta de 24%, conforme estimativas do Itaú BBA, que ajustou seu preço-alvo de R$ 11 para R$ 12. A recomendação continua sendo de compra.
Na bolsa, por volta das 12h43, o Assaí registrava uma alta de 4,84%, cotado a R$ 10,18.
De acordo com a instituição, a empresa apresentou resultados positivos no primeiro trimestre, com um aumento de 95% em seu lucro.
Entretanto, o Itaú acredita que o Assaí enfrenta perspectivas de crescimento mais modestas, tendo revisado para baixo seu plano de expansão até 2026.
“Continuamos a enxergar o investimento na ASAI como fortemente ligado à geração de caixa e à redução da alavancagem”, afirmaram.
O Assaí revisou sua previsão de inauguração de lojas para 2026, reduzindo o número de 20 para apenas 10 novas unidades.
Sinais encorajadores do Assaí
O Itaú apontou que o final da Páscoa impulsionou as vendas em abril. O Assaí também reportou um crescimento ousado de 11% nas vendas em mesmas lojas (SSS) no mês, embora esse número caia para 7-8% ao desconsiderar o efeito da Páscoa, representando uma boa aceleração em relação aos 5,5% do primeiro trimestre.
“Há muito a ser realizado no segundo trimestre, mas os primeiros sinais são promissores. Observamos muitos investidores considerando o caso de investimento da ASAI como um ‘proxy para títulos’, onde a maior parte do retorno está atrelada à redução da alavancagem”, comentaram.
Para o Itaú, com os níveis atuais de alavancagem, a trajetória da ASAI passa a ser mais uma história “beta”, que se correlaciona com as curvas de juros e sua volatilidade.
“Uma parte significativa do crescimento dos lucros se origina da desalavancagem, que também transfere valor dos credores para os acionistas”, acrescentaram.
Além disso, com o crescimento mais moderado, a eficiência na geração de caixa (e a rapidez com que ela é convertida para os acionistas) ganha uma importância considerável.
“Também acreditamos que grande parte das revisões negativas já foi refletida nas expectativas do mercado.”
O Itaú está atualizando suas previsões para incluir a expectativa mais recente da equipe macroeconômica sobre uma taxa terminal mais baixa para este ciclo. Agora, a projeção é de um lucro líquido (ex-IFRS 16) de R$ 921 milhões e R$ 1,4 bilhão para 2025 e 2026.