A tese de investimento do banco para Braskem é que os spreads petroquímicos estão ruins e há poucos catalisadores no horizonte para as ações BRKM5 hoje
É o momento certo para se desfazer das ações da Braskem (BRKM5)? De acordo com o BTG Pactual, o potencial de valorização dos papéis na bolsa brasileira é restrito, e a cautela deve ser a abordagem predominante neste momento.
A estratégia de investimento do banco em relação à Braskem permanece bastante clara: os spreads petroquímicos (a diferença entre o preço de venda da resina e o custo das matérias-primas) estão insatisfatórios, e há poucos fatores impulsionadores no horizonte para as ações atualmente.
“Enquanto não observarmos uma mudança mais significativa nos spreads globais, que por enquanto ainda parecem improváveis, adotamos uma perspectiva cautelosa em relação à empresa”, afirmaram os analistas.
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Segundo a análise do BTG, o principal fator que poderia impulsionar uma valorização da Braskem seria uma possível mudança de controle, que ativaria os direitos de tag along para os acionistas minoritários.
Entretanto, essa transação ainda é incerta, e não existem garantias de que, caso aconteça, o tag along será acionado.
“Sem essa possibilidade, enxergamos um espaço restrito para uma reavaliação prolongada das ações”, afirmam os analistas.
Está na hora de se desfazer das ações da Braskem (BRKM5)? De acordo com o BTG Pactual, o potencial de valorização dos papéis na bolsa brasileira é restrito, e a cautela deve ser a abordagem principal neste momento.
A análise do banco sobre a Braskem é clara: os spreads petroquímicos (a diferença entre o preço de venda da resina e o custo das matérias-primas) estão em um patamar ruim, e há poucos fatores que possam impulsionar as ações no curto prazo.
“Enquanto não houver uma mudança significativa nos spreads globais, que ainda parece distante, nossa visão sobre a empresa continua cautelosa”, afirmam os analistas.
Na perspectiva do BTG, a maior oportunidade de valorização para a Braskem poderia surgir em um cenário de mudança de controle, ativando os direitos de tag along para os acionistas minoritários. Contudo, essa transação ainda é incerta e não há garantias de que, se acontecer, o tag along será acionado.
“Sem essa possibilidade, vemos um espaço limitado para uma reavaliação prolongada das ações”, comentam os analistas.
Além disso, em razão dessa incerteza, o BTG revisou suas expectativas para as ações da Braskem, reduzindo o preço-alvo de R$ 14 para R$ 13 nos próximos 12 meses. Apesar dessa diminuição, esse valor ainda representa uma valorização potencial de 25% em relação ao fechamento anterior.
Braskem (BRKM5) e as tendências fracas de spreads petroquímicos
O BTG mantém uma postura cautelosa em relação aos resultados da Braskem (BRKM5), devido à compressão dos spreads petroquímicos.
“A Braskem continua a ser estruturalmente menos competitiva, com suas operações principais no Brasil ainda dependendo de nafta de alto custo”, afirmaram os analistas do BTG.
Embora acreditem que a empresa continuará gerando caixa positivo, eles ressaltam que a flexibilidade financeira da Braskem é limitada pelos fracos spreads petroquímicos e pela exposição a insumos caros.
Embora se projete uma normalização dos spreads nos próximos dois a três anos, o banco enfatiza que tanto o tempo quanto a intensidade dessa recuperação são incertos.
Até lá, espera-se que a geração de caixa da Braskem permaneça restrita.
Atualmente, o BTG considera que as ações da Braskem estão sendo negociadas a um múltiplo de 8,5 vezes o valor da firma em relação ao Ebitda estimado para 2025. Esse nível de valuation é visto como elevado pelos analistas, especialmente diante do risco de novas revisões para baixo nos lucros no ano seguinte.
Troca de controle na Braskem (BRKM5)
Recentemente, o BTG Pactual acreditava que as notícias sobre a disputa pelo controle da Braskem (BRKM5) poderiam ser um fator impulsionador para a valorização das ações. A expectativa era de que uma mudança de controle acionasse a cláusula de poison pill do estatuto da empresa, permitindo que os investidores se retirassem com um prêmio.
Entretanto, os últimos acontecimentos indicam uma direção diferente: os bancos credores estão progredindo nas negociações com a Petrobras para estabelecer uma estrutura de controle compartilhado por meio de fundos, incluindo a seleção conjunta do CEO.
Enquanto isso, a proposta de Nelson Tanure, que aparentemente não contempla direitos de tag along, ainda não foi oficialmente apresentada aos bancos.
“Embora o debate sobre governança esteja avançando, a probabilidade de um evento que realmente desbloqueie valor para os acionistas minoritários parece ser menor do que o inicialmente previsto”, aponta o BTG.
Há um potencial upside fora do radar
De acordo com os analistas, o potencial de valorização regulatória, decorrente de medidas comerciais e fiscais que estão sendo discutidas no Brasil, ainda é um aspecto subestimado pelo mercado.
No âmbito comercial, as autoridades estão considerando a implementação de tarifas antidumping sobre produtos como PVC. Segundo as projeções do BTG, um aumento modesto de 1 ponto percentual nas tarifas de importação poderia resultar em aproximadamente US$ 10 milhões a mais em Ebitda para a Braskem.
Além disso, a prorrogação do incentivo Reiq (Regime Especial da Indústria Química) está em pauta na Câmara dos Deputados. Se aprovado com uma taxa efetiva média de cerca de 3,65%, isso poderia acrescentar mais US$ 200 milhões ao Ebitda anual, conforme os analistas.
“Embora nenhuma dessas iniciativas esteja garantida e não esperemos que o mercado as considere nos preços até que haja mais clareza, o potencial combinado representa uma oportunidade significativa para nossas estimativas”, afirmou o BTG.