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Ibovespa renova máxima histórica e busca os 139 mil pontos nesta terça-feira (13); entenda o que impulsiona o índice

A “última” máxima intradiária do Ibovespa foi alcançada em 8 de maio, quando o índice atingiu 137.634,57 pontos.

O Ibovespa (IBOV) continua sua trajetória de alta e estabeleceu um novo recorde na bolsa brasileira nesta terça-feira (13), alcançando 138.942,35 pontos por volta das 12h20.

Esse novo patamar é resultado de uma combinação de fatores favoráveis: dados econômicos dos EUA que intensificaram as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), a valorização das commodities e novos acordos entre Brasil e China.

O recorde foi atingido logo nas primeiras horas do pregão, quando o Ibovespa ultrapassou pela primeira vez a marca dos 138 mil pontos.

A “anterior” máxima intradiária do índice foi registrada em 8 de maio, quando alcançou 137.634,57 pontos.

Ibovespa decola com impulso das commodities

O Ibovespa ganha força devido à significativa valorização do minério de ferro. O contrato mais negociado dessa commodity no mercado futuro da bolsa de Dalian, na China, registrou uma alta superior a 1%, o que resultou em um aumento de quase 1% nas ações da Vale (VALE3).

Além disso, o crescimento do índice é impulsionado por novos acordos entre Brasil e China. De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Brasil terá a oportunidade de exportar mais cinco produtos agropecuários para a segunda maior economia do mundo.

A China deu sinal verde para a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, um subproduto do etanol de milho), além de farelo de amendoim, miúdos de aves, carne de pato e peru provenientes do Brasil.

Os países também firmaram um memorando de entendimento sobre medidas sanitárias e fitossanitárias.

São três acordos firmados entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China. Isso representa a abertura de cinco novos mercados para a agropecuária brasileira”, escreveu Fávaro em suas redes sociais.

Durante um dos encontros, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, enfatizaram a importância do multilateralismo e do livre comércio, especialmente diante da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, que afeta tanto o Brasil quanto a China.

IBOV repercute ata do Copom e temporada de balanços

No cenário interno, os investidores estão analisando a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que chama a atenção do mercado nesta terça-feira (13).

Na semana passada, o colegiado do Banco Central (BC) decidiu aumentar a Selic em 0,50 ponto percentual, elevando-a para 14,75% ao ano, e sinalizou a possibilidade de um eventual término do ciclo de aperto monetário.

O documento, divulgado mais cedo pelo BC, ressaltou que as incertezas relacionadas à política econômica dos Estados Unidos e a guerra tarifária com a China afetam as expectativas de inflação, que ainda permanecem desancoradas.

Segundo os diretores, o cenário externo apresenta-se como adverso e especialmente incerto.

Além disso, a atenção do mercado se volta para os resultados financeiros de diversas empresas, destacando-se os balanços da Petrobras (PETR3; PETR4), Yduqs (YDUQ3) e Natura (NTCO3).

Cortes nos juros dos EUA

Além da percepção de que o ciclo de aperto monetário no Brasil pode estar se aproximando do fim, os investidores passaram a apostar em uma redução de até 50 pontos-base nos juros dos Estados Unidos até dezembro. Atualmente, a taxa básica norte-americana varia entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Essas expectativas foram ajustadas após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), que revelou uma desaceleração na taxa anual para 2,3%, o menor nível desde fevereiro de 2021.

Atualmente, a probabilidade de um corte de 50 pontos-base (pb) nas taxas pelo Federal Reserve (Fed) até dezembro é predominante, alcançando 37,0%, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch do CME Group.

Isadora Junqueira, economista da AZ Quest, destaca que os resultados do CPI indicam uma desaceleração gradual da economia dos Estados Unidos. Ela afirma: “Os dados reforçam uma desaceleração e deixam o Fed mais à vontade para agir conforme necessário, especialmente quando surgirem dados mais fracos do mercado de trabalho norte-americano.”

A possibilidade de um corte mais agressivo, de 75 pontos-base, segue em segundo lugar com 30,1%. Já a chance de um corte menor, de 25 pontos-base, aumentou ligeiramente de 18,8% para 19,4%.

Desde o dia anterior (12), setembro se tornou o mês mais indicado para o início do ciclo de cortes nas taxas norte-americanas, especialmente em meio a um alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China.

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