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Jalles (JALL3): BTG e XP alertam para menor produtividade no 4T25; o que fazer com ações?

A Jalles (JALL3) registrou um prejuízo de R$ 8,5 milhões no quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25), em contraste com um lucro de R$ 7,4 milhões no mesmo período do ano anterior (4T24).

Segundo o BTG Pactual, apesar das dificuldades enfrentadas no ano agrícola devido a condições climáticas desfavoráveis, a empresa conseguiu um desempenho comercial robusto, beneficiando-se de uma estratégia eficaz de comercialização de etanol durante a entressafra, quando os preços tendem a ser mais elevados.

O preço médio do etanol hidratado foi de R$ 3,08 por litro, representando um aumento de 20% em relação ao ano passado. As vendas ultrapassaram a produção anual. O Ebitda ajustado alcançou R$ 480 milhões, com um crescimento de 94%, uma margem de 80% e uma alavancagem confortável de 1,2 vez.

Para a safra 2025/26, a empresa projeta um leve aumento de 1% na moagem e uma maior proporção de açúcar na produção, que deve representar 54%, devido às melhores margens desse produto. O investimento recorrente (capex) deverá ser 6,8% superior, totalizando R$ 489 milhões, enquanto o capex voltado para expansão deve ter uma redução de 10%.

“Apesar do desempenho positivo, a produtividade agrícola continua sendo uma preocupação, com uma queda prevista nos TCHs em duas unidades. A Jalles permanece como uma boa oportunidade de investimento no setor de açúcar e etanol, apresentando um alto rendimento de fluxo de caixa livre e uma tendência de margens crescentes, especialmente com uma mistura mais voltada para o açúcar já 85% protegida. Recomendamos a compra com um preço-alvo de R$ 8, implicando um potencial de valorização de 98,02%”, afirmam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla, Gustavo Fabris e Bruno Henriques.

A visão da XP para JALL3

De acordo com a análise da XP Investimentos, os resultados apresentados pela Jalles mostraram-se mistos. Por um lado, o Ebitda ajustado superou as expectativas, alcançando R$ 530 milhões, um aumento de 28% em comparação com as previsões do mercado e um crescimento de 67% em relação ao ano anterior. Esse resultado foi impulsionado por uma diluição de custos superior ao esperado e receitas tributárias mais elevadas.

Além disso, a empresa conseguiu aumentar suas vendas e terminou a safra com estoques de etanol reduzidos em comparação ao ano anterior, o que é visto como uma estratégia acertada, considerando a recente valorização dos preços do combustível.

Por outro lado, o consumo de caixa foi um pouco superior ao previsto, resultando em uma alavancagem que ultrapassou as estimativas.

“O principal ponto negativo foi o guidance da empresa para 2025/26, que ficou abaixo das nossas previsões em todos os aspectos, o que provavelmente resultará em revisões negativas para os lucros futuros. A companhia prevê uma moagem de cana-de-açúcar na safra 2025/26 de pouco menos de 8 milhões de toneladas, um aumento de 1% em relação ao ano anterior, mas 3,7% inferior ao esperado pelo mercado”, afirmam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.

A revisão para baixo é resultado de estimativas reduzidas de TCH (toneladas por hectare) para as usinas JALL (Usina Jalles Machado) e UOL (Usina Otávio Lage), com a empresa destacando os impactos negativos das condições climáticas nessas áreas. Além da moagem abaixo do esperado, o TRS médio projetado também está ligeiramente aquém da previsão da XP, com um valor de 139,9.

“A Jalles estima um Capex total de R$ 1,2 bilhão, representando um aumento de 3,1% em relação ao ano anterior e 3,5% acima das previsões da XP. Com base nos números do guidance divulgado, calculamos uma possível redução de cerca de 4% no EBITDA ajustado para 2025/26 e um aumento potencial de aproximadamente 16% no consumo de caixa para o mesmo período. Mantemos nossa recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 9,50, implicando um potencial de valorização de 134,57%”.

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