A decisão da Lojas Renner (LREN3) de reformular sua estrutura organizacional, criando duas vice-presidências, foi bem recebida pelos analistas do BTG Pactual e da XP Investimentos.
Conforme anunciado na segunda-feira (26), a primeira vice-presidência será focada exclusivamente na marca Renner, reunindo as áreas de Produtos e Operações. A segunda vice-presidência ficará encarregada das demais marcas do grupo, que incluem Youcom, Camicado, Ashua e Repassa. Ambas as áreas se reportarão diretamente ao CEO, Fabio Faccio.
De acordo com a análise do BTG Pactual, essa alteração representa mais um avanço nos esforços de reestruturação que a Renner vem implementando desde 2019, com o objetivo de aprimorar a eficiência operacional e a gestão da empresa.
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Segundo a XP Investimentos, apesar de ser uma mudança inesperada, a nova estrutura organizacional permitirá que a Lojas Renner concentre melhor seus esforços entre o seu negócio principal e as possíveis novas oportunidades de crescimento.
“As analistas Danniela Eiger e Laryssa Sumer afirmam que essa mudança deve impulsionar o crescimento de ambas as divisões, pois cada equipe terá clareza sobre as principais oportunidades e desafios, podendo reagir de forma rápida e eficaz.”
Como resultado dessa reestruturação, as ações da varejista de moda apresentaram alta na sessão desta terça-feira (27). Por volta das 13h20 (horário de Brasília), os papéis da LREN3 subiam 2,03%, cotados a R$ 18,10.
Lojas Renner deve manter momento das ações, vê BTG
O BTG destaca que a Lojas Renner atua em um setor que tem enfrentado diversas transformações. Entre essas mudanças, estão a crescente adesão ao e-commerce, a intensificação da concorrência tanto local quanto internacional, a demanda dos consumidores por produtos mais acessíveis após o auge da pandemia, além da concorrência crescente que as plataformas de crédito próprias da empresa têm encontrado com o surgimento das fintechs.
“Embora os fundamentos da Renner sejam menos atrativos em comparação com níveis históricos, a empresa ainda apresenta uma combinação razoável, com uma previsão de crescimento do lucro líquido de 16% ao ano entre 2024 e 2029”, afirmam os analistas.
Recentemente, o BTG revisou suas projeções para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e para o lucro líquido nos próximos quatro anos, aumentando as estimativas em 5% e 7%, respectivamente. Com isso, o preço-alvo para 2025 passou de R$ 16 para R$ 20.
Apesar da recuperação recente das ações, que registraram um aumento de 45% no acumulado do ano, a equipe de analistas liderada por Luiz Guanais ressalta que a combinação de resultados positivos no primeiro trimestre e as expectativas de melhores tendências para o segundo trimestre (considerando uma base de comparação mais fraca em termos de receita líquida) devem sustentar o impulso das ações.