A Marfrig (MRFG3) comunicou nesta segunda-feira (23) a retomada da Assembleia Geral Extraordinária para votar a fusão com a BRF (BRFS3), que havia sido suspensa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na semana passada. A nova data marcada é 14 de julho, às 11h (horário de Brasília).
A BRF também agendou sua Assembleia Geral Extraordinária para o mesmo dia, às 9h, para discutir a incorporação pela Marfrig. Assim, ambas as assembleias ocorrerão na manhã de 14 de julho de 2025.
O adiamento ocorreu após a CVM aceitar um pedido para prorrogar o prazo em 21 dias, com o objetivo de obter informações adicionais usadas pelos comitês independentes das empresas.
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De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o pedido de adiamento foi feito pela Latache Capital, acionista minoritária da BRF.
A empresa apontou problemas como a falta de documentos suficientes, irregularidades na elaboração da pauta, falta de independência dos membros dos comitês supostamente independentes, e a participação dos controladores Marcos Molina e Marcia nas decisões dos conselhos de administração da BRF e da Marfrig, entre outras preocupações.
A assembleia da Marfrig será realizada presencialmente na sede em São Paulo. Os acionistas que enviaram seu voto por meio de boletim até 14 de junho e não quiserem modificá-lo não precisam enviar um novo.
Por sua vez, a assembleia da BRF será realizada exclusivamente de forma virtual, via Zoom, para facilitar a participação dos acionistas.
Fusão Marfrig e BRF
Em 15 de maio, Marfrig e BRF anunciaram a intenção de se fundirem por meio de troca de ações, formando a nova empresa MBRF.
Na operação, os acionistas da BRF, exceto a Marfrig, receberão 0,8521 ações da Marfrig para cada ação da BRF, tornando a BRF uma subsidiária integral da Marfrig.
Será assegurado o direito de retirada aos acionistas contrários à fusão, com reembolso fixado em R$ 3,32 por ação da Marfrig e R$ 9,43 por ação da BRF.
Além disso, acionistas dissidentes da BRF poderão optar pelo valor patrimonial por ação, avaliado em R$ 19,89 conforme laudo técnico.
Segundo Marcos Molina, fundador e presidente do conselho da Marfrig, a MBRF surgirá como a 7ª maior empresa do Brasil, com receita estimada em R$ 153 bilhões.