De acordo com um fato relevante enviado à CVM, a medida pode gerar um volume de até R$ 450 milhões caso todas as novas ações sejam adquiridas pelo mercado.
O Méliuz (CASH3) está apostando forte no bitcoin (BTC), especialmente após protocolar nesta sexta-feira (30) um pedido de oferta pública para a distribuição primária de 17 milhões de ações, com o objetivo de captar recursos para investir na criptomoeda mais valiosa do mundo.
A oferta inicial do follow-on foi estipulada em R$ 150 milhões, com base no preço de fechamento das ações no pregão de quinta-feira (29), que foi de R$ 8,82.
Conforme um fato relevante enviado à CVM, essa iniciativa pode movimentar até R$ 450 milhões caso todas as novas ações sejam adquiridas pelo mercado.
O Méliuz informa que a operação pode ser expandida em até 200% do total de ações originalmente ofertadas, o que significa que poderá emitir mais 34 milhões de ações, caso haja interesse do mercado.
Após o anúncio, as ações do Méliuz figuraram entre as principais quedas do dia. Por volta das 13h50 (horário de Brasília), os papéis apresentavam uma queda de 6,12%, cotados a R$ 8,28. No acumulado do ano, as ações da CASH3 registram uma alta de 201,45%.
Neste mês, a plataforma de cupons de desconto e cashback revisou seu estatuto, permitindo investimentos significativos em bitcoin. Isso possibilitará a alocação de uma parte relevante da reserva da tesouraria na maior criptomoeda do mundo.
Acionistas terão prioridade e bônus com o follow-on
Os acionistas que possuírem ações do Méliuz em 3 de junho de 2025 terão a oportunidade de exercer seu direito de preferência, assegurando uma participação proporcional na oferta follow-on. Com esse direito, a subscrição mínima será de 0,195057 ação por cada ação do acionista, enquanto o limite máximo será de 0,585170.
Esse direito pode ser transferido, total ou parcialmente, até o dia 3 de junho, mediante notificação formal à empresa.
Os investidores receberão bônus de subscrição gratuitos para cada ação, organizados em 10 séries, com preços de exercício variando de R$ 11,19 a R$ 34,55. Os vencimentos desses bônus ocorrerão mensalmente, entre agosto de 2025 e outubro de 2026.
No total, a empresa poderá emitir até 152 milhões de bônus, caso toda a oferta, incluindo as ações adicionais, seja totalmente absorvida pelo mercado.
Méliuz vem analisando novas formas de levantar capital para investir em bitcoin
O anúncio do pedido de follow-on não chega a ser uma novidade, já que o Méliuz tem buscado maneiras de captar recursos para aumentar suas aquisições de bitcoin.
A empresa já havia comunicado ao mercado que, “em consonância com sua estratégia de investimento em bitcoin”, está considerando diferentes alternativas para captação de recursos, incluindo uma nova oferta pública primária de ações no valor mínimo de R$ 150 milhões.
Além disso, a emissão de valores mobiliários que representem títulos de dívida, sejam conversíveis ou não, também foi considerada entre as opções disponíveis para a empresa.
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O anúncio ocorreu poucos dias após a empresa ter alterado seu estatuto social para adotar o bitcoin (BTC) como seu principal ativo de investimento na tesouraria.
A primeira ação do Méliuz após essa mudança foi a aquisição de 274,52 bitcoins por cerca de US$ 28,4 milhões, com um preço médio de US$ 103.604,07 por unidade da criptomoeda.
Desde a primeira compra, realizada em março deste ano, o Méliuz já acumula um total de 320,25 bitcoins, adquiridos a um preço médio de US$ 101.703,80 por criptoativo.