A abordagem de reciclagem adotada pela empresa já está demonstrando efeitos positivos nos resultados do primeiro trimestre deste ano.
Quando a antiga CCR revelou sua nova identidade, um dos principais motivos para a mudança foi a expansão para outros modais de transporte. No entanto, a atual Motiva (MOTV3) parece estar se preparando para se desfazer de um deles.
A empresa anunciou ao mercado a contratação do Itaú Unibanco e da Lazard como consultores financeiros para a venda de seus ativos aeroportuários.
Se essa transação for concretizada, a Motiva se desfará dos 17 aeroportos que opera no Brasil.
De acordo com um comunicado divulgado na noite de domingo (18), o processo está em fase de negociações não vinculativas, o que significa que não há obrigação de exclusividade para a empresa ou suas afiliadas.
A Motiva informou que essa operação faz parte de sua estratégia de reciclagem de capital e que outras opções estão sendo consideradas.
Após o anúncio, as ações da MOTV3 apresentaram leve alta. Por volta das 12h10 (horário de Brasília), os papéis estavam em alta de 0,44%, cotados a R$ 13,57.
- Veja também: Pátria Escritórios (HGRE11) vai lucrar milhões com venda de imóvel em região quente de São Paulo
Estratégia da Motiva: mudança atrás de mudança
A estratégia de reciclagem da empresa já está apresentando resultados positivos. No primeiro trimestre deste ano, a Motiva reportou um lucro líquido ajustado de R$ 539 milhões, o que representa um crescimento de 20,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a empresa alcançou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,35 bilhões, um aumento de 14% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.
A Motiva também obteve uma receita líquida ajustada de R$ 3,73 bilhões, com crescimento de 7,2% na comparação anual.
De acordo com o presidente-executivo Miguel Setas, esses resultados “reforçam a eficácia da estratégia adotada e renovam a confiança na trajetória” da empresa.
A Motiva destacou que esses números foram alcançados após a implementação de ações de reestruturação no portfólio, incluindo o encerramento das operações do serviço de barcas no Rio de Janeiro e a revisão contratual da MSVia.
Segundo Setas, o balanço do primeiro trimestre representa os “melhores resultados já obtidos em nossa história” para esse período.