Lahrech deixa suas funções após aproximadamente cinco anos na diretoria da fintech. Com sua saída, o fundador e CEO do Nu assumirá essas responsabilidades a partir de agora.
O Nubank (ROXO34) comunicou na noite de ontem (20) mais uma alteração em sua alta administração, com a saída de Youssef Lahrech dos cargos de presidente e diretor de operações (COO) do banco digital.
Após cerca de cinco anos na diretoria da fintech, Lahrech deixa suas funções. A partir de agora, o fundador e CEO do Nu, David Vélez, assumirá essas responsabilidades.
De acordo com o comunicado ao mercado, Lahrech passará a integrar o comitê de auditoria e risco do conselho de administração do Nubank como “observador permanente”. Além disso, ele atuará como consultor da empresa em iniciativas estratégicas ligadas ao crédito.
A saída do executivo ocorre cerca de dois meses após David Vélez reassumir a liderança do banco digital, um movimento que trouxe uma reestruturação significativa na alta administração da companhia.
As mudanças na diretoria do Nubank
Em março, o Nubank anunciou a saída de Jag Duggal, que deixou seu cargo como diretor de produtos para se tornar assessor externo do banco.
Com a saída de Duggal, o Nubank decidiu reintegrar David Vélez à liderança, que agora está à frente de outros cinco executivos da alta administração, incluindo Youssef Lahrech.
Na ocasião, a nova estrutura do Nubank visava manter Lahrech à frente das operações globais de produtos, responsável pelas unidades de negócios voltadas para funcionalidades, serviços e soluções financeiras multi-geográficas.
Conforme reportado pelo Brazil Journal, o fundador do Nubank afirmou que a política de crédito da fintech permanecerá inalterada com a saída de Youssef.
“Não muda nada. Temos outros executivos que vieram dos maiores bancos do Brasil e do exterior. A expertise em crédito não se resume a uma única pessoa; é resultado de um trabalho em equipe”, declarou Vélez ao portal.
O CEO ressaltou que Lahrech não se desligará totalmente do Nubank, pois continuará atuando como observador no comitê de auditoria e risco do conselho.
Entretanto, a intenção é que Vélez se aproxime ainda mais das operações do Nubank, concentrando-se na aceleração dos negócios e na expansão internacional.
O que dizem os analistas?
Segundo a análise da Ativa Investimentos, a mudança foi considerada neutra e “indica um possível viés ‘founder mode'”, devido à centralização da tomada de decisões para o projeto de expansão nos mercados do México, Colômbia e Brasil.
Por outro lado, a incerteza em relação à sucessão de cargos importantes na organização é vista pelos analistas como um aspecto preocupante, que pode sugerir dificuldades na retenção de executivos de alto nível.
“Apesar disso, uma estrutura de decisões mais centralizada pode trazer agilidade ao projeto de crescimento do banco, embora isso também represente um risco adicional em termos de governança”, destacou a Ativa.