A valorização das ações ocorreu após a plataforma, na quinta-feira (15), modificar seu estatuto e se tornar a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil e da América Latina.
A decisão da Méliuz (CASH3) de fazer um investimento substancial em bitcoin (BTC) parece ter sido bem recebida pelo mercado: as ações da plataforma de cupons de desconto e cashback subiram mais de 23% nesta sexta-feira (16), destacando-se entre as maiores altas da bolsa.
Por volta das 12h50, os papéis de CASH3 apresentavam um aumento de 23,11%, sendo negociados a R$ 10,28. No acumulado do ano, as ações da Méliuz já mostraram uma valorização impressionante de 274,2%.
Com a mudança estatutária aprovada em assembleia na quinta-feira (15), a empresa agora tem como meta manter uma parte significativa de sua reserva de tesouraria em bitcoin, visando aproveitar os potenciais retornos a longo prazo da principal criptomoeda do mundo.
A primeira ação após a alteração estatutária foi a compra de 274,52 bitcoins por aproximadamente US$ 28,4 milhões, com um preço médio de US$ 103.604,07 por unidade. Essa aquisição ocorreu em março, e agora a Méliuz possui um total de 320,25 bitcoins, adquiridos a um preço médio de US$ 101.703,80.
O plano de investimento em criptomoedas começou em 6 de março, quando a empresa anunciou que usaria 10% de seu caixa para comprar 45,72 bitcoins, com um custo aproximado de US$ 4,1 milhões (preço médio de US$ 90.296,11 por moeda digital).
Méliuz tem lucro líquido em queda, mas receita em alta
Além da alteração no estatuto, a Méliuz também apresentou na quinta-feira (15) os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), reportando um lucro líquido de R$ 10 milhões. Esse valor representa uma diminuição de 47,5% em comparação aos R$ 19 milhões obtidos no mesmo período de 2024.
De acordo com a empresa, a queda no lucro está relacionada à redução de capital realizada em 2024 e à aquisição de bitcoin em março deste ano.
Por outro lado, o EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu de R$ 12,8 milhões no 1T24 para R$ 15,6 milhões no 1T25, refletindo um aumento de 22%. Dentro desse total, R$ 4,6 milhões foram referentes à depreciação e amortização, enquanto R$ 7,3 milhões se referem a impostos.
A receita líquida também apresentou crescimento, alcançando R$ 100,4 milhões no 1T25, em comparação aos R$ 82,4 milhões do mesmo período do ano anterior — uma alta de 22%. O principal impulsionador desse crescimento foi o segmento Shopping Brasil, que gerou uma receita de R$ 71,2 milhões, representando um aumento de 34% em relação aos R$ 53,3 milhões registrados um ano atrás.