A comercialização do ativo já estava nos planos dos investidores, mas o anúncio trouxe um novo impulso para as cotas do fundo imobiliário nesta sexta-feira (16).
Os investidores de fundos imobiliários focados em lajes corporativas estão atentos à área da Berrini, em São Paulo. O mercado local tem se aquecido neste ano e, nesta sexta-feira (16), o Pátria Escritórios (HGRE11) sentiu esse movimento.
O fundo anunciou a venda de quatro conjuntos em um prédio localizado na Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini. De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o valor da transação foi de R$ 68,13 milhões, o que equivale a R$ 23 mil por metro quadrado.
Essa venda já estava nos planos dos investidores, uma vez que o HGRE11 tem adotado uma estratégia de desinvestimento.
“A realização de várias vendas em nosso portfólio permitiu e permitirá ao fundo acumular uma reserva de caixa para novos investimentos”, destacou a gestora Pátria Investimentos no último relatório gerencial do fundo.
Até o final de 2024, o HGRE11 considerava a possibilidade de expandir suas operações na Berrini, mas decidiu vender neste ano. “A diversificação dos atuais proprietários do edifício dificulta a formação de uma posição de controle sobre o ativo”, explica a gestora.
Embora a venda não tenha surpreendido o mercado, os cotistas reagiram positivamente ao anúncio. Por volta das 13h (horário de Brasília), as cotas apresentavam uma alta de cerca de 1%, sendo negociadas a R$ 114,13.
Enquanto o HGRE11 realiza a venda de imóveis de seu portfólio, o fundo também tem investido em fundos imobiliários listados na bolsa. Isso se deve ao significativo desconto observado entre os preços de mercado e os valores patrimoniais desses FIIs.
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Um lucro rechonchudo para o HGRE11
O imóvel que foi vendido pelo HGRE11 foi adquirido pelo fundo em agosto de 2018. Desde essa data, o investimento total no ativo alcançou R$ 52,52 milhões, considerando o preço de compra, despesas de transação e melhorias realizadas.
Esse valor investido representa R$ 17,73 mil por metro quadrado.
Assim, com a venda do imóvel por R$ 68,13 milhões, o preço obtido foi 29,7% superior ao montante investido.
Os cotistas serão os principais beneficiados pela operação, já que o lucro em regime de caixa é de R$ 15,61 milhões, ou seja, R$ 1,32 por cota.
Por outro lado, os aluguéis que totalizavam R$ 306,6 mil mensais e equivalentes a R$ 0,03 por cota deixarão de integrar a receita recorrente do HGRE11.
Após a finalização da venda, a nova proprietária assumirá todas as obrigações e despesas relacionadas ao ativo, incluindo um dos conjuntos que atualmente está desocupado.