As empresas de mineração estão enfrentando algumas das maiores perdas do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (28), refletindo o desempenho negativo do minério de ferro pelo quarto dia consecutivo. Os preços dessa commodity atingiram o menor patamar em cinco anos.
A CSN (CSNA3) lidera as quedas no principal índice da bolsa brasileira, apresentando uma desvalorização superior a 5%. Por volta das 11h, suas ações caíam 5,22%, cotadas a R$ 8,53. Usiminas (USIM5) também está entre as cinco maiores perdas do dia, com uma queda de 4,67%, sendo negociada a R$ 1,02 no mesmo horário.
A Vale (VALE3), que possui um peso significativo na composição do Ibovespa, registra uma queda de aproximadamente 1% desde o início do pregão.
Além da queda nos preços do minério de ferro, os investidores estão avaliando a decisão do governo brasileiro de prorrogar as tarifas de 25% sobre 23 produtos do setor siderúrgico.
A renovação das tarifas foi feita seguindo os mesmos critérios da criação anterior, ocorrida no ano passado, e inclui uma margem adicional de 30%, calculada com base no volume de importações que o Brasil recebeu entre 2020 e 2022. Essa margem foi alvo de críticas por parte do setor siderúrgico devido à sua amplitude.
Os produtos afetados incluem laminados a quente e galvanizados, com cotas de importação estabelecidas entre 1,4 mil toneladas e 29,4 mil toneladas, conforme informou o Ministério do Desenvolvimento. Atualmente, as tarifas de importação desses produtos são de 12,6%.
O que derruba o minério de ferro hoje?
Nesta quarta-feira (28), o minério de ferro registrou mais uma queda na China, marcando a quarta sessão consecutiva de desvalorização, influenciado pelos dados da produção de aço bruto. O contrato mais negociado da commodity teve uma queda de 0,14%, sendo cotado a 698,50 yuans (cerca de US$ 97,14) por tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE).
De acordo com a S&P Global Commodity Insights, a previsão é de que a produção de aço caia para 968 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 37 milhões de toneladas em comparação a 2024.
Além disso, a produção diária de aço bruto das principais siderúrgicas em maio teve uma queda de 0,3% em relação ao mês anterior, totalizando 2,2 milhões de toneladas. Esses dados são da consultoria Lange Steel, que se baseou em estatísticas da Associação da Indústria de Ferro e Aço da China.
De maneira geral, a redução na produção de aço pode impactar negativamente a demanda por minério de ferro, um dos principais componentes na fabricação do metal.
O enfraquecimento do minério de ferro é acompanhado por preocupações sobre a demanda por esse metal, em meio à guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos e à fragilidade da economia chinesa — o maior consumidor da commodity no mundo — apesar dos esforços do governo chinês para estimular o crescimento.