Pular para o conteúdo

Primeiro Brasil, depois México e uma ponta de Chile: gestores se dizem otimistas com a América Latina e aumentam o risco na região, segundo o BofA

Quase 50% dos gestores elevaram suas estimativas para o Ibovespa e antecipam um dólar mais fraco até o final do ano.

O otimismo dos gestores de fundos em relação à América Latina apresentou uma melhora em maio, se comparado a abril. Embora os níveis de caixa permaneçam acima da média histórica, houve uma redução para permitir uma maior exposição ao risco: a porcentagem de investidores que optaram por um risco superior ao habitual na América Latina subiu para 27%, em comparação com 6% em abril e 21% na média histórica.

Além disso, o Brasil se destaca como a principal escolha entre os gestores.

Essas informações são baseadas em uma pesquisa realizada pelo Bank of America (BofA), que contou com a participação de 32 gestores de fundos da América Latina.

Mais da metade dos gestores (53%) acredita que o Brasil apresentará um desempenho melhor do que a média da América Latina ao final do ano, enquanto apenas 22% veem esse cenário para o México. Em relação à Argentina, os gestores esperam uma valorização adicional dos ativos.

Quando se analisam exclusivamente os países andinos (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela), o Chile é o país com as melhores perspectivas de retorno.

Brasil é principal escolha na América Latina

As estimativas para a pontuação do Ibovespa no final do ano apresentaram uma significativa melhora entre abril e maio.

Diante de uma previsão inicial entre 130 mil e 140 mil pontos, a maioria dos gestores (43%) elevou suas projeções para uma faixa entre 140 mil e 150 mil pontos, enquanto cerca de 21% manteve os valores anteriores.

Além disso, há um aumento na intenção de alocar mais capital em ações nos próximos seis meses. A proporção de investidores que planejam essa estratégia ultrapassa a média histórica de 38%, alcançando 40% em maio.

Essa mudança é impulsionada pela expectativa crescente em relação aos lucros das empresas. A porcentagem de gestores que prevêem revisões positivas nos lucros cresceu de 3% em abril para 22% em maio.

Atualmente, os setores em destaque nas carteiras são os de serviços públicos e finanças, enquanto os setores de materiais e energia estão sendo menos favorecidos.

Entre os riscos considerados, a preocupação com um dólar mais forte ficou em segundo plano. A expectativa atual é de que o dólar americano termine o ano mais fraco, variando entre R$ 5,70 e R$ 6,00 — embora uma parte significativa dos analistas também aponte para uma faixa entre R$ 5,40 e R$ 5,70.

Por outro lado, as tarifas de importação implementadas durante a gestão de Donald Trump e a situação econômica da China, que podem afetar a demanda por commodities, são vistos como os principais riscos para o desempenho do Brasil e da América Latina.

México, Chile e Argentina

Apesar de o México ocupar a segunda posição nas projeções de bom desempenho para o ano, muitos gestores se mostram céticos em relação ao país.

Ao serem questionados sobre o impacto das tarifas de importação de Trump, 30% dos gestores admitiram não saber como isso poderia afetar o México — o mesmo percentual que acredita em uma deterioração nos preços dos ativos.

No que diz respeito aos países andinos, que têm uma forte dependência da exportação de commodities, os preços das matérias-primas surgem como o maior risco identificado na pesquisa, especialmente os do cobre e do petróleo.

Ainda assim, o Chile se destaca como a escolha preferida entre esses países, tanto em abril quanto em maio.

Por fim, ao abordar a situação da Argentina, o Bank of America observou uma melhora significativa na percepção sobre os ativos do país de um mês para outro. Enquanto em abril a maioria (21%) dos entrevistados tinha uma visão neutra sobre a Argentina, em maio esse número subiu para 40%, com expectativas de valorização nos preços.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *