O Goldman Sachs ajustou sua recomendação para as ações da Suzano (SUZB3), passando de neutro para compra e elevando o preço-alvo de R$ 63 para R$ 65, o que representa uma expectativa de valorização de 22,6%.
Os analistas afirmam que este é um bom momento para investir nas ações da Suzano, considerando que:
- Os preços da celulose estão próximos do custo marginal;
- O dólar (USD/BRL) se valorizou 11% no acumulado do ano;
- O posicionamento do setor está muito leve (SUZB3 recua 15% no ano, com desempenho 29% inferior ao do Ibovespa)
- Valuation atrativo, com a Suzano negociando a um yield de fluxo de caixa livre (FCF) entre 15% e 17% e EV/Ebitda entre 5,4 vezes e 4,6 vezes em 2026-2027.
Desde que começou a acompanhar a ação em setembro de 2021, o banco tem mantido uma abordagem mais cautelosa em relação ao ativo, apresentando um retorno total de apenas 2%, em comparação aos 19% do IBOV. Essa postura se deve à expectativa de um ciclo prolongado de preços difíceis para a celulose e, mais recentemente, ao aumento da concorrência devido à oferta doméstica da China.
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“Continuamos acreditando que os preços da celulose e a rentabilidade devem se manter, em média, abaixo dos níveis que consideraríamos como incentivadores. As margens provavelmente estarão limitadas nominalmente devido a uma deflação contínua na curva de custo em caixa e ao aumento significativo da capacidade na América Latina e na Ásia. Isso se reflete na nossa previsão de que as margens normalizadas permaneçam estáveis em termos nominais em dólar (cerca de US$320/t), o que representa aproximadamente 27% abaixo da média real dos últimos nove anos”, afirmam Marcio Farid, Henrique Marques e Emerson Vieira.
A ação melhor posicionada para alta da celulose
Contudo, o banco continua a considerar que os preços atuais da celulose são insustentáveis, situando-se próximos ao limite inferior do ciclo, com o preço spot em US$500/t, enquanto o ciclo “normalizado” varia entre US$500 e US$650/t.
Embora a recuperação cíclica possa demorar alguns meses para se concretizar, os dados históricos indicam que o desempenho das ações tende a ser favorável em períodos de alta, com um risco reduzido de queda tanto para os preços da celulose quanto para as ações.
“Prevemos que a recuperação cíclica dos preços da celulose aconteça até o final de 2025, com valores próximos ao limite superior da faixa de US$500. Acreditamos que a Suzano seja a melhor opção para quem deseja se expor a uma possível recuperação dos preços da celulose, que estimamos ocorrer no terceiro trimestre de 2025.”
O principal risco de queda está vinculado a um aumento excessivo e prolongado da oferta, que poderia fazer com que os preços da celulose de fibra curta permanecessem em níveis iguais ou inferiores ao custo marginal por um período mais longo do que o antecipado.