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Vale (VALE3) recua 4% na semana e perde patamar dos R$ 50; o que fazer com papel?

A ação da Vale (VALE3) voltou a recuar no Ibovespa, ficando abaixo dos R$ 50, fechando em R$ 49,62. Na semana, a queda foi de 4,13%, e no acumulado do ano, o valor da ação caiu 9%.

O principal motivo para essa queda são as incertezas relacionadas à China, que ainda enfrenta dificuldades para impulsionar sua economia.

Segundo dados da Mysteel, a produção de metal quente — um indicador da demanda por minério de ferro — teve um leve aumento de 0,24% na semana, alcançando 2,422 milhões de toneladas até 20 de junho.

No entanto, o banco australiano ANZ acredita ser pouco provável um aumento expressivo na demanda por aço e minério de ferro enquanto a construção civil no país não apresentar crescimento.

Aço despenca

Outro dado gerou apreensão.

Em maio, a produção chinesa de aço bruto registrou forte queda em relação ao ano anterior, surpreendendo os especialistas e indicando que as siderúrgicas devem produzir menos neste ano, conforme a pressão de Pequim para reduzir a produção no setor.

De modo geral, esses cortes podem impactar negativamente a demanda por minério de ferro, componente essencial na produção de aço.

A queda da commodity também reflete as dúvidas sobre a demanda pelo metal, diante do impasse nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China — maior consumidor mundial da matéria-prima —, além da intensificação dos conflitos no Oriente Médio, que dificultam as iniciativas do governo chinês para impulsionar a economia.

O que esperar dos preços do minério de ferro?

Em seu relatório, a Ágora destaca que, com a chegada do período tradicionalmente mais fraco para a demanda por minério de ferro — o que gera apreensão sobre a queda dos preços — os investidores têm demonstrado maior cautela em relação à Vale. Apesar disso, a instituição acredita que os preços do minério de ferro permanecerão apoiados por diversos fatores importantes:

  1. as taxas de utilização das siderúrgicas na China permanecem elevadas (ainda acima de 90%);
  2. os estoques de minério de ferro e aço caíram no acumulado do ano; e
  3. a lucratividade das siderúrgicas melhorou (atualmente, 58% das usinas são lucrativas na China, contra 50% há um ano)

“Com o minério de ferro cotado em torno de US$ 100 por tonelada, a Vale deve gerar entre 10% e 13% do seu valor de mercado em fluxo de caixa nos anos de 2025 e 2026, superando significativamente a média dos concorrentes, que varia entre 5% e 6%”, destaca.

Vale pode pagar dividendos extraordinários?

Para que o investimento seja vantajoso, o investidor espera que o preço do minério supere a média de US$ 93 por tonelada no segundo semestre. O contrato para setembro fechou na última sexta-feira a US$ 97,85 por tonelada métrica, com uma queda semanal de 0,07%. No cenário considerado mais provável, os preços devem se manter próximos a US$ 100, o que pode resultar em um rendimento anualizado de dividendos de cerca de 10% para a empresa no segundo semestre.

O que fazer com a Vale?

A Ágora reafirmou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 78 para o fim de 2025, indicando um potencial de valorização de 57%.

Para o segundo trimestre, a expectativa é de um aumento de 12% no Ebitda em relação ao trimestre anterior, atingindo US$ 3,6 bilhões, embora represente uma queda de 10% em comparação ao ano anterior, principalmente devido à redução nos preços do minério de ferro.

A produção de minério de ferro está projetada para alcançar 82 milhões de toneladas, um crescimento de 22% em relação ao trimestre anterior e 2% frente ao ano anterior.

As vendas devem somar 80 milhões de toneladas, 21% acima do trimestre anterior e estáveis em relação ao ano passado. No segmento de metais básicos, o Ebitda esperado é de US$ 518 milhões, uma redução de 6% no trimestre, mas um aumento de 27% em comparação ao ano anterior.

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