As ações da Weg (WEGE3) estavam se destacando positivamente no mercado, mas a insatisfação com os resultados recentes alterou essa percepção. A XP Investimentos rebaixou a recomendação de compra para neutro e ajustou o preço-alvo para 2025 para R$ 46 por ação.
Os analistas, liderados por Lucas Laghi, destacam que a trajetória da Weg sempre foi marcada por altas expectativas que justificam seu valuation elevado. Historicamente, a empresa costuma superar as projeções otimistas do mercado e é amplamente reconhecida como uma das melhores em termos de retorno entre as companhias brasileiras.
Apesar de os analistas enxergarem alguma possibilidade de melhora na rentabilidade a curto prazo, que poderia beneficiar os lucros — que ficaram aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024 e no primeiro trimestre de 2025 —, acreditam que uma desaceleração no crescimento da receita limitará esse potencial e resultará em uma perspectiva negativa para o valuation.
Consequentemente, a XP projeta um potencial de alta restrito, em torno de 9%.
“A situação é menos favorável para os produtos mais cíclicos da WEG, dado um cenário macroeconômico incerto que pressiona os preços das commodities e gera preocupações sobre o apetite de investimento dos players industriais no futuro”, afirma a XP.
O que impacta as ações da Weg?
O BTG Pactual observa que, após um desempenho notável em 2024, as ações da WEGE3 têm apresentado resultados insatisfatórios em 2025, com uma desvalorização aproximada de 19% até agora.
Segundo o analista Lucas Marquiori e sua equipe, responsáveis pelo relatório do banco, três aspectos podem esclarecer esse comportamento:
- Frustração com os resultados do 4T24 e 1T25;
- Preocupações com um crescimento mais lento nos Estados Unidos devido à situação tarifária nas importações;
- Valorização do real, combinada com o movimento de quedas nos juros no Brasil, o que favorece o mercado doméstico.
O banco, entretanto, continua com a recomendação de compra para as ações da WEGE3, estabelecendo um preço-alvo de R$ 56.
O fator para uma reavaliação positiva
De acordo com o BTG, a insatisfação com os resultados está principalmente ligada à decepção em relação às margens, enquanto a redução do múltiplo é atribuída à percepção de um crescimento mais fraco.
“Portanto, acreditamos que uma reavaliação positiva das ações só acontecerá se o mercado recuperar a confiança no crescimento — especialmente nos EUA —, uma vez que a melhora gradual nas margens já está incorporada nos preços”, afirmam os analistas.
Os especialistas ressaltam que o desempenho inesperadamente negativo das ações da Weg, após trimestres abaixo do esperado, é resultado do histórico da empresa em superar as expectativas, o que eleva constantemente as exigências dos investidores.